Um filme dos bastidores da investigação jornalística, na redacção do

1 Dez 2021 1:28

Documentário marcante no panoframa de estreias de 2021, o filme romeno "Colectiv – Um Caso de Corrupção" é um notável balanço de uma dramática investigação jornalística. Entra, por isso, directamente, para uma galeria de obras que, nos mais diversos contextos de produção, ao longo de muitas décadas, têm analisado o modo como o jornalismo mais sério e mais exigente pode desempenhar um fundamental papel social e político — ou seja, um instrumento ao serviço da verdade.

Um dos exemplos mais brilhantes desse cinema envolvido com o jornalismo foi consagrado pelos Oscars: "O Caso Spotligh" apenas ganhou duas estatuetas douradas, mas foram bem importantes — melhor argumento original e melhor filme de 2015. Em foco está a investigação de um grupo de jornalistas do "Boston Globe" sobre os casos de assédio sexual praticados por membros da Igreja Católica, casos a certa altura ocultados pela própria diocese de Boston — ponto fundamental: o notável elenco, incluindo, entre outros, Mark Ruffalo, Michael Keaton e Rachel McAdams.

 


Realizado por Tom McCarthy, o filme tem um título português que, feitas as contas, é algo impreciso. Não se trata, de facto, do “caso Spotlight”, mas de um escândalo religioso e social investigado por um grupo de jornalistas com o nome de Spotlight. De facto, o "Boston Globe" tinha (e tem) uma equipa — Spotlight, precisamente — dedicada às grandes investigações. Os seus trabalhos impuseram-na como modelo internacional do chamado jornalismo de investigação.

Tom McCarthy é, enfim, um cineasta que confere especial importância às matérias musicais como modo de pontuação das convulsões dramáticas dos filmes. Em "O Caso Spotlight" é especialmente significativa a presernça do tema "These Exiled Years", dos Flogging Molly, uma banda de Los Angeles conhecida pelos cruzamentos da tradição celta com as sonoridades punk — ou seja, à letra, “celtic punk”.

 

  • cinemaxeditor
  • 1 Dez 2021 1:28

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