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O futuro excitante de "Avatar"
Primeira impressão sobre o novo filme de James Cameron: é algo de revolucionário.
O último projecto de James Cameron esteve mais de uma década na gaveta, à espera que a tecnologia pudesse evoluir de modo a criar uma verdadeira experiência visual aos espectadores de cinema.
Entretanto, o cineasta realizou "Titanic" que se transformou no filme mais caro e rentável da história. Mas Cameron, como se sabe, sempre foi um grande adepto dos efeitos especiais e do mundo criado por George Lucas na série "A Guerra das Estrelas".
Esta sedução parecia adormecida em Hollywood, com os grandes estúdios mais interessados em produzir filmes, a partir do sucesso garantido por obras literárias como "O Senhor dos Anéis" ou "Harry Potter".
É neste enlace que o cineasta se propôs criar algo cinematograficamente revolucionário que rompesse com a ligação literária ao universo da fantasia e, ao mesmo tempo, abrisse uma porta tecnológica para uma alternativa de olhar para a tela do cinema. Em ambos os desafios James Cameron ganhou…
O mundo de Pandora, repleto de criaturas e flora idealizada a partir da imaginação, a que se juntam extraterrestres gigantes com enormes olhos e titubeantes caudas, cientes da preservação do seu "habitat", rapidamente nos conquista.
A Humanidade, à procura de energia para sobreviver, num planeta à beira do caos no século XXII, dispõe-se a explorar outros a qualquer preço. Num ápice, o espectador coloca-se do lado destes gigantescos extraterrestres azuis contra a sua própria e irresponsável civilização.
Do lado visual, James Cameron opera uma verdadeira revolução conceptual. "Avatar", deve ser visto em 3D, pois aí assistimos a uma nova relação com o "ecrã". Existe profundidade tridimensional (várias camadas de percepção visual ) e perde-se o sentido consciente da dimensão plana da tela como espaço morto, onde se concentram os sentidos.
Na miríade de processos tecnológicos utilizados, destaco a câmara virtual, ideia desenvolvida por Cameron que permite ao realizador ver o mundo irreal que está a filmar, poder tomar decisões em tempo real, em vez de imaginar como é o mundo do fundo verde onde os actores estão a representar.
O irreal torna-se, portanto, real aos olhos de quem dirige uma cena. "Avatar" sintetiza assim a possibilidade de um futuro excitante e de uma salvação para o cinema. É atrante e contraria a resistência do espectador acomodado à possibilidade de ver um filme em televisão de alta definição, com ecrã cada vez maior e reproduzido em bluray.
Mas se em vez de se ir ao cinema ver um filme, pudermos associar o elemento de experimentar novas sensações que o nosso confortável sofá não oferece, isso confere uma nova magia à arte que consideramos ser a sétima.


AVATAR
De James Cameron
com Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Sam Worthington
Acção, Aventura
162m
M/12
EUA
2009
> Ouça antevisão e entrevista a James Cameron
por José Paulo Alcobia
publicado 00:55 - 21 dezembro '09