Dustin Hoffman e Robert Redford — desmontando a presidência de Richard Nixon

28 Mar 2018 23:17

Com o seu filme “The Post”, Steven Spielberg evocou os dias dramáticos vividos na redacção de “The Washington Post”, quando o jornal decidiu publicar os chamados “Pentagon Papers”, contendo informações sobre a guerra do Vietname que muito abalaram a presidência de Richard Nixon. Foi em 1971. Pouco mais de dois anos mais tarde, “The Washington Post” voltaria a desempenhar um papel decisivo na revelação do escândalo Watergate — Hollywood fez um filme sobre esse escândalo em 1976: chama-se “Os Homens do Presidente”.

Não estamos perante um retrato dos bastidores da Casa Branca de Nixon, mas sim, no essencial, uma saga jornalística. Seguimos, assim, os passos de Bob Woodward e Carl Bernstein, apostados em encontrar a origem das ordens que conduziram ao assalto de uma sede do Partido Democrático, precisamente no edifício Watergate — de forma incisiva e sugestiva, o cartaz do filme dizia que se tratava da “mais devastadora história de detectives” do século XX.



Os dois jornalistas iam descobrindo uma secreta rede de poderes e influências graças ao célebre Garganta Funda, figura anónima da cena política de Washington (Mark Felt, do FBI, como se veio a saber em 2005). Robert Redford interpreta Woodward, Dustin Hoffman surge como Bernstein — e apesar dos anos que passaram (mais de quarenta, na verdade) as suas composições em “Os Homens do Presidente” continuam a ser dos melhores momentos das suas carreiras.

Este foi, de facto, um projecto fundamental para todos os envolvidos, incluindo, claro, o realizador Alan J. Pakula, ele que já tinha na sua filmografia títulos tão brilhantes como “Klute”, com Jane Fonda, e “A Última Testemunha”, com Warren Beatty — Pakula é, afinal, a par de Richard Brooks e Sydney Pollack, uma referência fundamental na tradição liberal de Hollywood.

  • cinemaxeditor
  • 28 Mar 2018 23:17

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