Crítica: "Piratas das Caraíbas: Por Marés Estranhas"  

Os piratas navegam em marés mortiças

O quarto filme da série "Piratas das Caraíbas" não tem o fulgor da trilogia. A aventura recomeça em piloto automático.

Os piratas navegam em marés mortiças
As maliciosas sereias na única cena nova que remete para o imaginários dos piratas.
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 Os piratas navegam em marés mortiças
Piratas das Caraíbas por Estranhas Marés Jack Sparrow reencontra uma mulher do seu passado e não tem a certeza se ela está apaixonada por ele ou é uma mulher vingativa e cruel que o está a usar para encontrar a Fonte da Juventude...
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Tiago Alves antevê "Pirata das Caraíbas por Estranhas Marés", o quarto filme da saga centrada na figura de Jack Sparrow.


Todos os que apostaram no esgotamento da série “Piratas das Caraíbas” encontrarão motivos para validar essa sentença no novo episódio. Um novo realizador – Rob Marshall, dos musicais “9” e “Chicago” – e algumas mudanças de personagens , não chegam para introduzir um novo dinamismo nesta aventura popular da Disney.

“Por Estranhas Marés” abre um novo capítulo rompendo com a linha narrativa que tinha sido desenvolvida nos episódios anteriores. Jack Sparrow (Johnny Depp) surge sem navio e como se não houvesse passado, tentando reunir uma tripulação para organizar um expedição em busca da fonte da eterna juventude.

Sparrow acaba por embarcar no navio do Barba Negra (Ian McShane) e da sua filha Angelina (Penélope Cruz), uma corsária espanhola com quem manteve uma relação amorosa.

A história é linear, caindo no pecado habitual, neste género de produções, de servir para justificar as sequências de acção. E nem se vê o investimento feito, já que há mais momentos de perseguição ou de lutas com espadas, do que cenas com grande impacto visual inspiradas no imaginário das histórias de piratas, como sucedia nos filmes anteriores.

O ponto alto é a introdução das sereias, mas a situação é explorada num único momento de acção. Visualmente, o filme não tem qualquer rasgo, o que não surpreende se considerarmos que Gore Berbinsky, um realizador com alguma visão, foi substituído por Rob Marshall, um realizador desinteressante.

Mas a série perde mais com a alteração radical das personagens. A pirata espanhola de Penélope Cruz é interessante mas nunca ganha peso próprio na história, enquanto que a figura do Barba Negra, sendo muito bem interpretada por Ian McShane, não tem dimensão que faça justiça à figura lendária deste corsário.

Qua falta faz o par romântico e conflitutoso formando por Keira Knightley e Orlando Bloom, que abria sub tramas narrativas nos filmes anteriores. O passado foi bem melhor, e essa herança ainda está presente nos desempenhos de Jack Sparrow – Johnny Depp continua a divertir-se fazendo a personagem – e sobretudo no Capitão Barbossa de Geoffrey Rush, que ressurge com uma dimensão política que renova a personagem. Eles não fazem uma aventura, quando muito preservam o espírito diletante da série.

Crítica de Tiago Alves actualizado às 23:53 - 20 maio '11
publicado 00:11 - 15 maio '11

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