Para o infinito e mais aquém
A estreia mundial do novo filme de James Gray, com Brad Pitt, aconteceu na competição do Festival de Veneza.
A grande produção norte-americana da 76ª edição do Festival de Veneza é
novamente um filme espacial de ficção científica - sucedeu em anos
recentes com "Gravidade" de Alfonso Cuarón e "Primeiro Homem" de Damien Chazelle.
Esses filmes descolaram bem em
Veneza, mas "Ad Astra" é bastante menos interessante e falhado na
tentativa de construir um arco emocional em torno de um astronauta que
viaja até aos confins do sistema solar para encontrar o pai considerado como desaparecido numa complexa missão espacial.
Os filmes do espaço devem levar-nos a lugares onde nunca estivemos e
imaginar algo que ainda não vimos em cinema. Ora esta ideia de uma viagem espacial que serve para resolver um conflito emocional ou
encontrar respostas pessoais e universais foi contada com enorme
arrojo no complexo "Interstellar" de Christopher Nolan.
"Ad Astra" é um filme visto, com um arco narrativo falhado. Deposita
imensas esperanças no carisma de Brad Pitt. O ator também produz...
dir-se-ia que desejou fazer um filme de ficção científica mas entrou no
projeto errado.
Quanto a James Gray começa a confirmar que necessita de rodar três filmes para fazer um que seja conseguido.
O filme estreia em Portugal dia 19 setembro.
por Tiago Alves
publicado 19:25 - 03 setembro '19