Cinema Português
"Rafa", de João Salaviza, ganha Urso de Ouro
Filme português recebe prémio máximo na competição de curta-metragens. Miguel Gomes consta do palmarés final com prémio de inovação.
João Salaviza afirmou estar "muito surpreendido e que teria preparado
um discurso bonito se soubesse que ia ganhar". No seu agradecimento,
disse ainda que dedicaria o prémio ao governo
português, "mas só na condição de nos ajudarem nos próximos anos, porque
não sabemos o que vai acontecer com o nosso cinema".
No discurso de improviso, João Salaviza destacou ainda o trabalho do protagonista do filme, Rodrigo Perdigão:"Ele
fez mais do que eu pelo filme", mas não pode estar presente em Berlim. O júri
formado, pela atriz palestiniana Emily Jacir, pelo cineasta irlandês
David Oreilly e pela atriz alemã Sandra Hueller, destacou a "impressionante representação" de Rodrigo Perdigão, "no papel de um
jovem a caminho de se tornar adulto".
A curta-metragem de João Salaviza, um dos 27 trabalhos a concurso, é sobre Rafa, um miúdo de 13 anos preocupado com a mãe, detida numa esquadra da polícia por conduzir sem carta.
RAFA teaser 01 from João Salaviza on Vimeo
Em ambos há "um desejo dos protagonistas de inserção numa sociedade e foca-se no desencontro entre indivíduos e instituições", explicou João Salaviza em declarações à Lusa.
Miguel Gomes surge no palmarés oficial"Tabu", de Miguel Gomes, ganhou o Prémio Alfred Bauer do Festival de Cinema de Berlim, galardão que distingue o caráter inovador do filme, anunciou hoje o júri do certame, na gala de atribuição dos prémios.Em breve agradecimento, o realizador afirmou-se "um pouco confuso por receber um prémio de inovação, porque julgava que tinha feito um filme antiquado mas, se calhar, a confusão foi minha".
O filme de Miguel Gomes já tinha vencido na sexta-feira o prémio FIPRESCI (Federação Internacional da Imprensa Cinematográfica), atribuído à margem do festival por um júri formado por críticos de cinema.
"Tabu", que deverá ter estreia em Portugal em abril, conta no elenco com Ana Moreira, Carloto Cotta e Teresa Madrugada. Miguel Gomes conta, em flashback e a preto e branco, a história de Aurora.A primeira parte do filme, intitulada "Paraíso Perdido", é passada em Lisboa, relata uma vida banal de três personagens, a idosa Aurora (Laura Soveral), a sua empregada africana, Santa (Isabel Cardoso) e Pilar (Teresa Madruga), uma vizinha empenhada em causas sociais, e termina com a morte de Aurora.
Na segunda parte, que dá pelo nome de "Paraíso", vemos então a jovem Aurora (Ana Moreira), filha de um colono português em África, dona de uma fazenda, mulher casada que trai o marido com o baterista de uma banda, cometer um assassínio, no auge da tragédia amorosa.
Durante esta segunda parte, os atores não falam, ouvindo-se apenas o narrador e a banda sonora, em jeito de homenagem de Miguel Gomes ao cinema mudo, principalmente a um dos seus grandes mestres, o alemão Friedrich Wilhelm Murnau.
TABU#01 from o som e a fúria on Vimeo
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