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Raoul Ruiz desvenda "mistérios de Lisboa":
"gosto dos folhetins do Século XIX..."

O romance de Camilo Castelo Branco vai transformar-se em filme e série de televisão, mas o realizador chileno Raoul Ruiz confessa que não pensa nos formatos, apenas em cinema.

O produtor Paulo Branco oferece alguma liberdade para filmar de forma tranquila, com um calendário de seis semanas de rodagem para cada hora e meia dos três episódios da mini-série.

Raoul Ruiz não é estreante em matéria de filmar para televisão, por isso parece satisfeito com o projecto que vai estende-se por cinco meses com algumas paragens curtas pelo meio.

Sabe que tem margem no calendário e que pode disfrutar de uma rara liberdade para criar, e para os 'acidentes' no cinema, que são dores de cabeça para a produção, mas podem ser também verdadeiras pérolas para o resultado final

O romance "Os Mistérios de Lisboa" segue as regras habituais da tragédia intemporal que atravessa gerações, dos conflitos familiares e da honra. A adaptação é assinada por Carlos Saboga que no entender do realizador conseguiu dar mais história e menos lágrimas ao texto original.

No Palácio de Queluz ou no Palácio da Mitra, a rodagem passa por vários locais de Lisboa, para recriar a sociedade em finais do século XVIII, e as várias moradas das personagens centrais.

Adriano Luz, Ricardo Pereira, Maria João Bastos, Carlotto Cotta ou Rui Morrisson são alguns dos nomes que compõem o elenco que tem mais de 40 protagonistas.

^{Ouça reportagem nas rodagens de "Mistérios de Lisboa"}