Estreias
Ser ou não ser megalodonte...
No panorama dos "blockbusters" de Verão, surge agora "Meg: Tubarão Gigante", uma produção EUA/China — Jason Statham bem se esforça para criar espírito de aventura, mas o espectáculo não tem barbatanas para andar...
O tubarão gigante que Jason Statham vai enfrentar...
Trailer/Cartaz/Sinopse:
Meg - Tubarao Gigante
Um submergível de alta profundidade – de um programa internacional de observação submarina – é atacado por uma criatura gigante, que se julgava extinta, e encontra-se agora inutilizado na parte mais profunda do oceano pacífico com a sua equipa presa no interior. Com o tempo a escassear, o experiente mergulhador de resgate em alto mar, Jonas Taylor (Jason Statham) é recrutado por um visionário ...
Eis um filme que talvez se pudesse resumir assim: se um tubarão incomoda muita gente, dois tubarões incomodam muito mais... Enfim, é uma maneira de lidar com um espectáculo marinho que, mesmo recorrendo a todos os gadgets da moda (IMAX + 3D), possui a frágil energia de um peixinho de aquário.
Digamos também que a ironia é, precisamente, um dos derradeiros recursos de sobrevivência espiritual face a um objecto tão medíocre como "Meg: Tubarão Gigante", epopeia de um megalodonte corajosamente enfrentado pelo heróico Jason Statham...
Poderá até dar-se o caso de Statham, o realizador Jon Turteltaub e todos os elementos da ficha técnica e artística terem rodado o filme num espírito de gozo e irrisão, não tomando a sério o que estavam a fazer... Talvez. Ainda assim, a sua boa disposição não basta para prestar um serviço minimamente interessante ao cinema.
Este argumento mal amanhado de um tubarão pré-histórico que ataca uma plataforma marítima e uma zona costeira da Ásia corresponde, afinal, à ilustração do crescente envolvimento dos estúdios americanos com a China — de um lado, a Warner, do outro a Gravity Pictures; de um lado, o já citado Statham, do outro a actriz chinesa Bingbing Li...
Será que há resquícios desse filme fabuloso que é "Tubarão" (1975), de Stven Spielberg, e também algumas variações sub-aquáticas que tentam rivalizar com a elegância de "O Abismo" (1989), de James Cameron? Sim, é verdade. O certo é que "Meg" é tão primário e, por vezes, tão desajeitado que nem sequer consegue funcionar com uma mera antologia de citações.
Crítica de João Lopes
actualizado às 23:00 - 22 agosto '18
publicado 22:53 - 22 agosto '18