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"The Road": o ressuscitar de um filme

Chama-se "The Road", adaptação para cinema do romance de Cormac McCarthy, galardoado com um prémio Pulitzer. A estreia foi adiada duas vezes mas bastou um artigo da "Esquire" para relançar o filme do australiano John Hillcoat que estreia mundialmente no festival de Veneza.

A explicação oficial para os adiamentos sucessivos no lançamento de "The Road" referia o facto de produtores e realizador acharem que o filme necessitava de um período mais dilatado de pós-produção e de uma altura do ano com menos concorrência. Outros especularam sobre falta de potencial para concorrer aos Oscars.

Aos poucos a pequena produção de vinte milhões de dólares parecia destinada a cair no limbo, mas bastou mostrar o filme à pessoa certa, na altura certa, para que tudo mudasse.

A "Esquire" gostou do filme. O facto foi rapidamente amplificado por blogues e sites de cinema. De repente, "The Road" passou de falhanço a candidato a filme de culto com um número elevado de referências na Internet.

Esta é uma daquelas técnicas de marketing que falha nove em cada dez vezes que é tentada. Apesar disso, um projecto em dificuldades, com a credibilidade afectada, pouco tem a perder. Encontrar uma "Esquire" que de repente diga: "atenção, o filme merece uma oportunidade", é uma benção para este "The Road" que assim ganhou um segundo fôlego.

O filme está incluído na selecção oficial do próximo festival de cinema de Veneza.