Brad Pitt em


joao lopes
19 Set 2019 19:58

Eis alguns títulos aparentemente desconexos: "The Departed" (Martin Scorsese, 2006), "A Árvore da Vida" (Terrence Malick, 2011), "12 Anos Escravo" (Steve McQueen, 2013), "Moonlight" (Barry Jenkins, 2016), "Vice" (Adam McKay, 2018)…

O que os liga? Para além das suas virtudes cinematográficas, em todos eles surge a chancela da Plan B, quer dizer, a produtora de Brad Pitt. Dito de outro modo: o actor americano tem sabido investir em projectos realmente originais, independentemente de neles surgir ou não como intérprete.
Assim volta a acontecer em "Ad Astra", de James Gray, com Brad Pitt a assumir uma personagem de sedutora complexidade emocional. Num futuro próximo, ele é Roy McBride, astronauta que viaja até aos limites do sistema solar na tentativa de esclarecer o que aconteceu à expedição que, há quase três décadas, foi chefiada pelo seu próprio pai…
Convenhamos que o motor da história — a possibilidade de o planeta Terra ser destruído — não é muito diferente do esquematismo da maior parte das recentes aventuras de super-heróis. Para o melhor e para o pior, desta vez, a narrativa apresenta-se pontuada por um esquematismo dramático que, infelizmente, encerra "Ad Astra" numa filosofia (?) de retórica pouco estimulante.
O destaque vai para Brad Pitt, sustentando como pode as atribulações da sua personagem através de um sofisticado minimalismo, tanto mais importante quanto a sua presença (frequentemente através de grandes planos) é constante. É pena que, quando situamos o filme na história mais geral do cinema — pensando, por exemplo, em proezas como "2001: Odisseia no Espaço" (Stanley Kubrick, 1968) ou "Gravidade" (Alfonso Cuarón, 2013) —, "Ad Astra" não possa deixar de expor as suas limitações.

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