Uma filha perdida e a maternidade menos luminosa filmada por Maggie Gyllenhaal
Maggie Gyllenhaal e o prémio de melhor argumento no Festival de Veneza 2021.

ESTREIA: A FILHA PERDIDA  

Uma "filha perdida" e a maternidade menos luminosa filmada por Maggie Gyllenhaal

A atriz estreia-se na realização adaptando um romance da escritora Elena Ferrante.

Trailer/Cartaz/Sinopse:
 Uma filha perdida e a maternidade menos luminosa filmada por Maggie Gyllenhaal
A Filha Perdida Sozinha numas férias à beira-mar, Leda (Olivia Colman) fica obcecada com uma jovem mãe e a sua filha ao observá-las na praia. Enervada com a relação cúmplice entre as duas (e a sua família numerosa, barulhenta e ameaçadora), Leda é dominada pelas suas próprias memórias do terror, confusão e intensidade da maternidade precoce. Um ato impulsivo atira Leda para um mundo estranho e sinistro da sua ...
Média Cinemax:
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A estreia enquanto realizadora da atriz Maggie Gyllenhaal («A Secretária», «Crazy Heart», «O Cavaleiro das Trevas») dá voz às pulsões mais íntimas de uma mãe que optou pela vida pessoal e profissional, em detrimento das obrigações domésticas e familiares. A história que quebra tabus sobre a maternidade, foi escrita por Elena Ferrante, a misteriosa autora da tetralogia «A Amiga Genial», já adaptada para cinema e série televisiva.
Em 2021, «A Filha Perdida» venceu o prémio de melhor argumento no festival de Veneza. O CINEMAX acompanhou a conferência de Imprensa da realizadora e argumentista Maggie Gyllenhaal.
"Estas são verdades secretas sobre o universo feminino, de alguma forma isto é uma experiência pela qual muita gente passa, mas ninguem fala sobre isso. Eu senti-me muito reconfortada quando li sobre isto no livro. Estas são verdades secretas sobre a vida feminina, e eu gostei de poder falar sobre isso." Foi assim que Maggie Gyllenhaal se referiu ao livro de Elena Ferrante (publicado em 2006) que leu há alguns anos e que a deixou perturbada mas também reconfortada.

"Lembro-me de achar que aquela mulher era completamente louca, mas depois percebi que me identificava com ela, pensei: será que eu sou completamente louca? Ou será que de alguma forma aquilo relatava a experiência pela qual muitas e muitas pessoas passam, mas sobre a qual ninguém quer falar?"

No filme Olivia Colman é Leda, uma mulher de meia idade que durante umas férias solitárias à beira mar, relembra o passado e o facto de ter sido mãe muito jovem, e a decisão que tomou na altura de não deixar que a maternidade alterasse os planos da carreira e a sua vida pessoal.
Maggie Gyllenhaal, também ela mãe de duas raparigas, sentiu-se atraída pela história e pela ideia de partilhar com o mundo as pulsões mais intimas do que significa ser mãe. A história desafiante de Elena Ferrante foi o pretexto para se atrever a realizar, num processo que a atriz considera muito semelhante ao trabalho de um ator, "porque implica refletir sobre o que é a essência da história, e de que forma se relaciona connosco".
Da parte da escritora (cuja identidade permanece desconhecida por vontade da mesma), Maggie Gyllenhaal recebeu a autorização para avançar, mas com uma condição: "ela disse que sim, mas que o contrato ficava sem efeito se eu não dirigisse o filme. Fiquei cheia de medo, porque achava que podia ir passo a passo, primeiro escrever o argumento e depois ver o que acontecia. Mas por outro lado, achei que havia uma espécie de voto de confiança cósmico vindo do universo."
Um retrato da maternidade imaginado no livro de Elena Ferrante, passado a cinema por Maggie Gyllenhaal é um drama desafiante sobre o lado obscuro e silencioso das mulheres que questionam o sentido e as opções de vida, no momento em que se tornam mães.

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