Mickey Rooney e Judy Garland: um ideal de juventude enraizado nos anos 1930/40
Obituário
Uma lenda de Hollywood
Estrela juvenil através da personagem de 'Andy Hardy', Mickey Rooney acabou por construir uma longuíssima carreira de oito décadas, encarnando como poucos os valores clássicos do espectáculo segundo Hollywood.
Para várias gerações de espectadores, os quinze filmes em que Mickey Rooney assumiu a personagem de Andy Hardy, entre 1937 e 1946 (em três deles contracenando com Judy Garland), simbolizaram toda uma ideia clássica, divertida e redentora do comportamento juvenil. Com a morte de Rooney — no dia 6 de Abril, contava 93 anos —, desaparece também o actor que mais e melhor encarnou esse ideal de juventude.
Seja como for, Rooney construiu uma longuíssima carreira (de mais de três centenas de produções, entre cinema e televisão), tendo trabalhado desde a década de 1920 até à de 2010 — era mesmo um dos derradeiros actores em actividade que começara ainda em pleno período mudo, nomeadamente em curtas-metragens de inspiração mais ou menos burlesca. O seu carácter lendário faz dele um dos símbolos mais universais da fábrica de sonhos.
"O Cavalo Preto/The Black Stallion" (1979), de Carroll Ballard, terá sido um sucesso que o apresentou a novas gerações de espectadores. Foi também o filme que lhe deu a sua quarta e última nomeação para os Oscars, neste caso na categoria de melhor actor secundário. De facto, em competição, nunca ganhou uma estatueta dourada, embora fosse detentor de duas: uma "juvenil", atribuída em 1939, numa altura em que Hollywood premiava com alguma regularidade as suas estrelas mais jovens; outra, de carácter honorário, em 1983, "pelos seus 50 anos de versatilidade".
"Os Marretas" (2011), de James Bobin, foi um dos derradeiros títulos em que o vimos no grande ecrã. A sua autobiografia, intitulada "Life Is Too Short", surgiu em 1991.
por João Lopes
publicado 20:13 - 07 abril '14