Crítica: "DRIVE - DUPLO RISCO"  

Velocidade furiosa nos anos 80

Um realizador de origem dinamarquesa retoma a estética visual e sonora dos oitenta num filme nos bastidores de Hollywood e do sub mundo do crime de Los Angeles.

Velocidade furiosa nos anos 80
Carey Mulligan e Ryan Gosling: faísca romântica num thriller violento.
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 Velocidade furiosa nos anos 80
Drive - Risco Duplo O desconhecido Driver (Ryan Gosling) é um duplo de cinema especializado em condução, que vive uma vida pacata durante o dia e utiliza as suas habilidades ao volante anonimamente para participar em assaltos à mão armada, conduzindo os assaltantes em fuga. Apesar de solitário (ou talvez por isso…), Driver apaixona-se por Irene (Carey Mulligan), sua vizinha, que se vê, a si e ao seu filho, num ...

O nome se calhar não lhe diz muito mas Nicolas Winding Refn, 40 anos, saiu de Cannes com o prémio de melhor realizador e ganhou outra projeção com um filme de ação que até foi olhado com algum desdém - o género não costuma marcar presença na selecção competitiva do festival de cinema francês.

"Drive - Duplo Risco" é um thriller sobre um duplo, um stunt pilot de Hollywood, que aproveita o seu engenho para conduzir gangs de ladrões durante assaltos. É um filme sobre as ramificações entre as máfias, o sub mundo do cinema e das corridas de automóveis, em Los Angeles, quase sem assunto e com uma violência que explode como pólvora seca.

Ryan Golsing (nomeado para o Oscar por "Half Nelson") e Carey Mulligan (nomeada para o Oscar em "Educação"), formam o par central (visível na foto) que alarga o público seguidor do dinamarquês Winding Refn, que formou o seu gosto cinematográfico durante os anos que viveu em Nova Iorque.

O jovem realizador descola da estética gore de "Vallalha Rising - Destino de Sangue" (distinguido com o Grande Prémio na edição do Fantasporto deste ano) e propõe um filme visualmente muito apurado e sedutor, com uma estética visual e sonora muito apelativa para quem aprecia os anos 80.

Estamos perante um filme que é uma espécie de peça perdida no puzzle da década de 80, que foi um dos Ovnis do Festival de Cannes 2011 e é uma das boas supresas do ano cinematográfico.

Crítica de Tiago Alves actualizado às 21:40 - 09 dezembro '11
publicado 17:28 - 09 dezembro '11

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