Cinema japonês  

É um dos nomes vitais da renovação do cinema japonês no tempo das "novas vagas": agora, Koji Wakamatsu chega em força ao mercado português.

Trailer/Cartaz/Sinopse:

 

O Exército Vermelho Unido Em 1972, 14 membros da facção do Exército Vermelho Unido foram executados por elementos do próprio grupo durante as sessões de “autocrítica” do grupo enquanto treinavam nas montanhas. Os sobreviventes esconderam-se numa pousada. Rapidamente, esse episódio degenerou num compasso de espera com a polícia que durou dez dias, constituindo um dos momentos cruciais da história do Japão.

Cinemax Rádio:

Outros Áudios

DVD Memória "Os Segredos Atrás Das Paredes"

Ouvir em Formato mp3

A história do cinema não é um dado adquirido. Não é, sobretudo, algo que, alguma vez, esteja fechado para sempre... Em boa verdade, diferentes épocas e sucessivas gerações vão refazendo essa história, ora repensando os seus valores, ora discutindo os seus fundamentos. Por vezes, essa instabilidade da história é ainda mais linear e, por assim dizer, mais brutal: acontece quando há filmes e autores que apenas nos chegam como "referências" mais ou menos importantes.

Koji Wakamatsu, japonês, nascido em 1936, era um desses nomes cuja importância quase se esgotava num rótulo afinal nada banal: ele tinha sido um dos criadores marcantes da "nova vaga" do cinema japonês, nas décadas de 1960/70. Mais do que isso: sabíamos ainda que, enquanto produtor, tinha estado ligado a acontecimentos nucleares do cinema do seu país, incluindo o polémico "O Império dos Sentidos" (1976), de Nagisa Oshima.

Pois bem, agora, de uma só vez, podemos descobrir Wakamatsu através de nada mais nada menos que sete filmes. Dois deles, nas salas, reflectem o seu trabalho mais recente: "O Exército Vermelho Unido" (2008) e "O Bom Soldado" (2010); os restantes cinco, datados precisamente dos anos 60/70, são exemplos históricos de um olhar arrojado e provocatório que nunca abdicou de lidar com os traumas da história colectiva japonesa.

Títulos como "Os Segredos Atrás das Paredes" (1965) e "O Êxtase dos Anjos" (1972) combinam referências díspares, da tradição erótica japonesa ao género de terror, para se fixarem, obsessivamente, nas tensões internas da sociedade japonesa. Os restantes filmes editados são: "O Embrião Caça em Segredo" (1966), "Vai, Vai Virgem pela Segunda Vez" (1969) e "Sex Jack - Sistema Violado" (1970).

Apresentada pela distribudora Clap Filmes, esta "operação Wakamatsu" implica um desafio que importa sublinhar. De facto, cada vez mais, o mercado pode (e, a meu ver, deve) repensar os modos tradicionais de difundir os filmes. Nos tempos que correm, a constante interacção entre salas, DVD e Internet não pode ser ignorada, sob pena se ignorarem os próprios espectadores.