O presidente da Assembleia da República acrescentou que o presidente do Senado Federal do Brasil, Rodrigo Pacheco, convidou o parlamento português para se associar “a essas comemorações do duplo centenário”.
“Teremos uma dimensão parlamentar das nossas próprias comemorações”, frisou o responsável português, na primeira visita oficial ao estrangeiro enquanto presidente da Assembleia da República.
Augusto Santos Silva sublinhou também a peculiaridade do convite: “pode haver, mas eu não conheço, outro caso de um país que esteja a celebrar a sua independência convidando formalmente para se associar a celebração dessa independência o país de que se tornou independente”.
Esta efeméride, não é só, na opinião de Santos Silva, um momento para lembrar o passado, mas também para assinalar o presente.
“Um novo Portugal que é preciso se dar a conhecer no Brasil, novas plataformas luso-brasileiras que é preciso ressaltar” como o jato multimissão KC-390 Millennium desenvolvido por empresas dos dois países, a EDP, que é “uma das grandes empresas de energia renovável no Brasil”, entre outras, disse.
Há também a vertente da mobilidade humana, disse o político, lembrando que o Brasil já retificou o acordo de mobilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), assim como Portugal, o que simplificará as autorizações para trabalhar e estudar nos dois países.
Da parte da manhã, o presidente da Assembleia da República manteve um encontro com o presidente da Câmara dos Representantes do Brasil, deputado Arthur Lira, seguindo-se a inauguração da exposição “A bagagem do viajante”.
Já à tarde, encontrou-se com o presidente do Senado Federal do Brasil, senador Rodrigo Pacheco, e depois assistiu ao concerto do grupo “Reco do Bandolim e Choro Livre”, terminando o dia com uma conversa com Pilar Del Río e Carlos Reis, a propósito da celebração do centenário do escritor José Saramago.
“É saboroso porque é uma espécie de três em um”, comentou, numa referência às comemorações do Dia Mundial da Língua Portuguesa, ao bicentenário da independência do Brasil e ao primeiro centenário da primeira travessia aérea do Atlântico sul por Gago Coutinho e Sacadura Cabral.
Augusto Santos Silva sublinhou a força do português, “que se está a acentuar de ano para ano, visto que estudos das Nações Unidas sugerem que, juntamente com o árabe, a língua portuguesa é a língua materna que mais cresce”.
“Até se espera que ultrapasse os 500 milhões no fim deste século”, frisou.
Hoje, Santos Silva visita em Curitiba, no sul do país, o Museu do Holocausto, e assiste à inauguração da cátedra José Saramago, na Universidade Federal do Paraná.
Para sábado, último dia desta visita oficial, o presidente da Assembleia da República vai participar num evento comemorativo do Dia Mundial da Língua Portuguesa no Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, onde assiste a uma apresentação teatral pela companhia Pia Fraus.
Lusa