Eugénia Cunha explicou ao jornal que são necessários os resultados dos exames complementares de anatomia patológica e toxicologia para interpretarem tudo: “só aí conseguiremos cruzar as informações".
Questionada pelo JN sobre as conclusões preliminares da autópsia, a antropóloga forense disse que não pode avançar informações desse cariz por ter sido aberto inquérito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A responsável explicou que estes inquéritos da PGR podem ser abertos "em caso de morte ignorada ou violenta" e que, neste caso, trata-se de "morte ignorada", ou seja, "as causas são desconhecidas". Os resultados serão depois enviados ao Ministério Público.
O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) anunciou na segunda-feira que um menino de seis anos com teste positivo para SARS-CoV-2 morreu no domingo no Hospital Santa Maria e que as causas da morte estão a ser analisadas.
O centro hospitalar afirmou, em comunicado, que a criança deu entrada no Hospital de Santa Maria no sábado com “um quadro de paragem cardiorrespiratória”.
“A criança tinha a primeira dose da vacina contra a covid-19, tendo o CHULN notificado o caso ao Infarmed e à Direção-Geral da Saúde” (DGS), refere o comunicado.
A Autoridade Nacional do Medicamento confirmou também na segunda-feira ter recebido uma notificação de suspeita de reação adversa relacionada com esta morte.
“Confirmamos que recebemos a notificação de suspeita de reação adversa no decorrer do dia de hoje e que a mesma se encontra a ser tratada pelo Infarmed em conjunto com a Unidade Regional de Farmacovigilância de Lisboa, Setúbal e Santarém”, adiantou a Autoridade Nacional do Medicamento à agência Lusa.
Segundo o regulador nacional, estão a ser recolhidos “dados adicionais por parte do notificador para análise e avaliação da imputação de causalidade, uma vez que, não sendo a aparente relação temporal o único determinante na avaliação da causalidade, é necessário proceder à recolha de toda a informação clínica”.
Numa nota enviada na terça-feira às redações, a Ordem dos Médicos apelou que se “mantenha a serenidade que uma situação destas exige”, reiterando que “é necessário aguardar pelas conclusões da equipa forense, nomeadamente pelos resultados da autópsia médico-legal e potenciais exames toxicológicos”.
A Ordem dos Médicos apelou ainda “a uma rápida atuação de todas as autoridades competentes para esclarecimento cabal dos factos”.
C/Lusa