Benfica consegue inédito `tetra` à sexta tentativa

por Lusa

O Benfica acabou, finalmente, com a 'maldição' do 'tetra', ao conseguir, à sexta tentativa, conquistar o seu quatro título de campeão nacional de futebol consecutivo, depois dos falhanços de 1938/39, 64/65, 69/70, 73/74 e 77/78.

Clube mais vezes tricampeão, o conjunto 'encarnado' nunca tinha chegado ao quarto seguido, ao contrário dos rivais, o Sporting logo em 1953/54 e o FC Porto em 1997/98, para, na época seguinte, lograr um inédito 'penta'.

Em 2008/09, os portistas voltaram a vencer quatro títulos de 'rajada', feito agora igualado pelo Benfica, que venceu os dois últimos cetros sobre o comando de Rui Vitória, depois de Jorge Jesus se despedir com um 'bis'.

O técnico ribatejano, de 47 anos, é, no entanto, o responsável pelo fim da 'maldição': depois de levar o Benfica ao primeiro 'tri' desde 1976/77, liderou agora o conjunto 'encarnado' a inédito 'tetra'.

Antes, o clube da Luz tinha sempre falhado, a primeira vez na longínqua época de 1938/39, num título decidido na última jornada: o Benfica só conseguiu empatar 3-3 na Constituição, com o FC Porto, que viria a sagrar-se campeão.

Segundo crónicas da altura, a formação comandada pelo húngaro Lipo Herczka, que esteve a perder por 1-0, 2-1 e 3-2, marcou um quarto golo, que seria o 4-3 e valeria o título, a um minuto do fim, mas o mesmo foi invalidado.

As restantes quatro vezes que o Benfica esteve a um título do 'tetra' acontecerem todas nos anos 60 e 70 do século passado, num período em que arrebatou 12 de 15 campeonatos, selando o 'tri' por quatro vezes.

Em 1965/66, o Benfica liderava após a 22.ª ronda, mas, à 23.ª, de 26, comprometeu as suas aspirações, com um desaire por 3-2 em Guimarães, seguido de um 'nulo' em Braga, para terminar a um ponto do Sporting.

Quatro anos depois, voltou a ser o clube de Alvalade a roubar o 'tetra' às 'águias', que voltaram a acabar no segundo lugar, mas, desta vez, a grande distância, a oito pontos, ao cederem quatro empates e cinco derrotas.

Em 1972/73, a formação 'encarnada' selou novo 'tri' invicta, com um registo jamais repetido de 28 vitórias e dois empates, mas, na época seguinte, voltou a não lograr o 'tetra', num campeonato iniciado com um 0-2 no Bessa.

Numa temporada em que o inglês Jimmy Hagan decidiu sair a meio, sendo substituído por Fernando Cabrita, o Benfica voltou a ser segundo, a dois pontos do Sporting, de nada lhe valendo o 5-3 em Alvalade, a quatro jornadas do fim.

A equipa da Luz só cedeu, ainda assim, na última ronda, como em 1977/78, em que perdeu o 'tetra', para o FC Porto, no desempate total de golos: 81-21 contra 56-11, já que o 1-1 nas Antas não valia mais do que o 0-0 na Luz.

À 28.ª jornada, de 30, o Benfica ainda esteve a vencer nas Antas, mas um golo de Ademir, aos 83 minutos, custou o empate e o título, com um segundo lugar com os mesmos pontos do campeão e sem derrotas (21 vitórias e nove empates).

Desta vez, os comandados de Rui Vitória isolaram-se à quinta jornada e não mais perderam a liderança, mas tiveram que a jogar várias vezes, nomeadamente em confrontos diretos com Sporting (13.ª jornada) e FC Porto (27.ª), e, pelo meio (26.ª), colocaram-na ao alcance dos 'dragões', que falharam.
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