Pedro Martins quer que o Vitória de Guimarães regresse aos triunfos

por Lusa
Pedro Martins admite mau momento de forma do Vitória de Guimarães Lusa

O treinador do Vitória de Guimarães, Pedro Martins, disse esta sexta-feira que pretende um triunfo da sua equipa sem golos sofridos na receção ao Estoril Praia, no domingo, para a 19.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol.

Além da série de seis jogos sem triunfos em curso - quatro derrotas seguidas no campeonato -, os vimaranenses, nonos classificados, com 23 pontos, sofreram oito golos nos últimos três jogos - Moreirense (3-3), para a Taça da Liga, FC Porto (4-2) e Desportivo de Chaves (4-3) - e o técnico, apesar de enaltecer a produção ofensiva nesses jogos, assumiu que a equipa precisa de melhorar na retaguarda.

"Temos, de defensivamente, estancar [os golos sofridos]. O primeiro objetivo com o Estoril é vencer o jogo. E o outro, seguramente, não será sofrer golos", disse, na conferência de imprensa de antevisão ao jogo marcado para domingo, às 20:15, no Estádio D. Afonso Henriques.

O técnico considerou que o registo defensivo dos últimos jogos se deve tanto a "erros individuais", como "coletivos" e "circunstanciais, de decisões menos acertadas", mas disse confiar que o plantel vai saber "ultrapassar o momento difícil" no que ainda resta da época, até por estar num clube que exige "respostas positivas" às dificuldades.

Com o central Pedro Henrique e o médio Wakaso já disponíveis, e o médio Rafael Miranda, à partida, a 100%, apesar de ter saído mais cedo do treino de hoje, o Vitória de Guimarães vai defrontar um adversário que é último na tabela, com 12 pontos, mas que, segundo Pedro Martins, está longe de ocupar um lugar que corresponda à sua "qualidade".

"O Estoril é daquelas equipas cuja qualidade de jogo e qualidade individual dos jogadores não se traduzem na classificação. Independentemente de poder estar na última posição ou na primeira, a nossa vontade de vencer é enorme", anteviu.

O técnico considerou ainda que o facto de os ‘canarinhos' terem apenas jogado 45 minutos ante o FC Porto, para a jornada anterior - jogo interrompido devido a problema estrutural na bancada do Estádio António Coimbra da Mota -, não vai fazer qualquer diferença no rendimento do adversário, a não ser em termos anímicos - ao intervalo, está a vencer os ‘dragões', por 1-0.

O 'timoneiro' reconheceu que a única via de apuramento para a Liga Europa é o quinto lugar - dá, à partida, acesso caso Sporting ou FC Porto vençam a Taça de Portugal -, pois o quarto, ocupado pelo Sporting de Braga, está a 14 pontos, e mostrou-se pouco preocupado sobre o impacto que o resultado de domingo pode ter no seu futuro em Guimarães.

"O mais importante é o Vitória, não é o Pedro Martins, nem o seu futuro. Se a administração não tivesse confiança no meu trabalho, já teria saído. Mas eu sinto que há confiança, que muitos dos adeptos também não se esquecem do que foi o passado recente”, vincou.
Episódio infeliz com os adeptos
Pedro Martins assumiu que o clube viveu "um dia infeliz" na quarta-feira, com os desacatos entre um grupo de 30 adeptos e o plantel.

O episódio ocorreu na quarta-feira, por volta das 11h00, quando cerca de 30 adeptos acederam ao relvado onde a equipa preparava a receção ao Estoril Praia, no domingo, para a 19.ª jornada da I Liga, após terem entrado pela porta do parque de estacionamento do complexo desportivo do clube, que estava aberta.

"Foi um dia infeliz na vida do clube, um momento que ninguém gosta de viver. No entanto, tenho a noção de que o Vitória não é isto. Tem adeptos fantásticos e únicos. Por isso, é que passado ano e meio, abrimos as portas. Não temos nada a esconder", disse, no arranque da conferência de antevisão ao jogo com os estorilistas.

Após ter prometido "medidas legais" contra os adeptos que invadiram o treino, num comunicado a condenar a "tentativa de intimidação" à equipa, que atravessa um ciclo de quatro derrotas seguidas no campeonato, a administração da SAD vitoriana que o treino de hoje seria aberto ao público e ao qual acorreram cerca de 200 pessoas.

Apesar da "insatisfação" quanto ao sucedido na quarta-feira e de assumir que gostaria de ter "mais tranquilidade" no seio do grupo de trabalho, o técnico frisou que o treino aberto permitiu "reforçar a dimensão do Vitória, com o "complexo cheio de pessoas".

O técnico recordou que a sua equipa trabalha sempre de "forma vincada", "mais unida", "mais forte" e "mais alerta".

Pedro Martins traçou ainda um retrato da massa associativa do Vitória de Guimarães diferente da imagem deixada pela tensão vivida na quarta-feira, sublinhando que o clube foi o sexto clube nos campeonatos da UEFA com maior aumento de público no seu estádio, entre 2015/16 e 2016/17 - mais 6.334 pessoas - e que quem visita o Estádio D. Afonso Henriques fica "fascinado com o momento vivido".

"O Vitória é vivido pelo miúdo com três anos até ao sénior, com 90, da mesma forma, com a mesma paixão. Isso é que é o Vitória. Só quem está cá dentro e vive isto com a intensidade que vive faz com que este seja um clube com uma cultura muito enraizada", disse.

O Vitória de Guimarães, nono classificado, com 23 pontos, recebe o Estoril Praia, 18.º e último, com 12, no domingo, pelas 20h15, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.
Tópicos
pub