Dirigentes de clubes da I Liga acreditam no "bom senso dos árbitros"

por Lusa
Pedro A. Pina - RTP

Os responsáveis de Sporting de Braga, Marítimo e Boavista partilharam hoje a convicção de que os árbitros da primeira categoria não vão falhar a presença nos jogos dos campeonatos profissionais de futebol do próximo fim de semana.

A ideia foi transmitida por António Salvador, Carlos Pereira e Álvaro Braga Júnior, respetivamente, no final de uma reunião de clubes da I Liga, um movimento apelidado G15, que se realizou hoje na cidade do Porto, sem a presença de qualquer representante dos denominados `três grandes`.

"Recebemos essa comunicação, mas não deve haver precipitações nem devemos refletir sobre suposições. Creio que é uma chamada de atenção, mas penso que o bom senso [dos árbitros] vai prevalecer", disse Carlos Pereira, presidente do Marítimo.

António Salvador, líder do Sporting de Braga, partilhou a opinião do homólogo madeirense, mas lembrou que o clima hostil à arbitragem não tem sido feito pelos clubes ditos mais pequenos, deixando, ainda assim, um desafio aos árbitros.

"A APAF [Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol] já fez ameaças deste género no passado e acabou por prevalecer o bom senso. Mas, se falam de paragem, então que tenham coragem de parar nos jogos com os `três grandes`. São eles que têm feito este ambiente", sublinhou o dirigente minhoto.

Já Álvaro Braga Júnior, dirigente do Boavista, disse "perceber a mágoa de alguns árbitros", mas realçou que "não será pelas posições manifestadas pelo grupo de clubes [G15] que hoje esteve reunido".

"Acredito que até ao fim de semana os árbitros vão rever a posição e vai imperar o bom senso. Não creio que tenhamos jornadas paradas, porque isso em nada vai beneficiar o futebol", considerou o responsável do emblema `axadrezado`.

Estas declarações dos três dirigentes surgiram no final de uma reunião, que durou mais mais de quatro horas, entre clubes da I Liga, um movimento apelidado de G15 por não incluir os três `grandes`, FC Porto, Benfica e Sporting, e que teve como mote "a apresentação de propostas para a evolução do futebol português".

No encontro, realizado num hotel da cidade do Porto, no qual apenas não participaram, devido a outros compromissos, representantes do Vitória de Guimarães, Vitória de Setúbal, Portimonense e Moreirense, foram já discutidas algumas medidas, que serão consubstanciadas numa próxima reunião, agendada para 29 de novembro, em Vila do Conde.

"Saiu fortalecido o futebol português, porque falámos de muitas coisas e preparámos o futuro com propostas que voltaremos discutir para melhorar a regulamentação", disse Carlos Pereira.

Apesar de FC Porto, Benfica e Sporting não terem sido convidados para esta reunião, o dirigente do emblema insular destacou que esses clubes "não devem ficar de fora nas medidas para a melhoria do futebol português", acrescentando que também não é intenção deste movimento "excluir a Federação [Portuguesa de Futebol] ou a Liga".

António Salvador, presidente do Sporting de Braga, corroborou essa ideia, defendendo que a reunião hoje realizada não foi "contra ninguém, mas sim contra o estado atual do futebol português", embora deixando uma mensagem aos ditos `grandes`.

"É impossível continuar assim, os três `grandes` do futebol português têm de perceber, de uma vez por todas, que sem os restantes 15 clubes não há campeonato. É preciso que seja feito um debate profundo com todos", afirmou o líder do emblema bracarense.

António Salvador considerou que "o estado do futebol português é preocupante", reclamando medidas duras para "que as pessoas que envergonham o futebol português sejam, de uma vez por todas, erradicadas do dirigismo".

Já Álvaro Braga Júnior, presidente da SAD do Boavista, disse ter saído desta reunião do G15 "confortado com a existência de propostas concretas, que serão, posteriormente, alinhavadas, para favorecer o futebol português, a Liga, a Federação e os clubes".

O dirigente boavisteiro sublinhou, ainda, que "a maioria dos clubes presentes neste encontro tem um bom relacionamento com os três `grandes`", considerando que o diálogo entre todos "acontecerá sempre".

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