Colômbia propõe esforço multilateral para salvar a Amazónia

por Mário Aleixo - RTP
Ueslei Marcelino - Reuters

Após duas semanas de chamas, ainda não há soluções para os fogos da Amazónia. Mas a Colômbia está a fazer por isso. O país quer um projeto conjunto de prevenção destes incêndios.

O convite foi feito ao Brasil, Equador, Peru e Bolívia, país que também tem sido bastante fustigado por estes incêndios.

Em conferência de imprensa, o ministro colombiano do Ambiente, Ricardo José Lozano Picón, explicou que o objetivo é construir uma agenda conjunta que combata os efeitos das alterações climáticas, da desflorestação e da degradação da Amazónia.

Para o projeto conjunto proposto pela Colômbia, o ministro afirmou que "já tem resultados muito bons na luta contra a desflorestação".

O projeto contempla empreendimentos com comunidades locais, prevenção e pactos para as florestas nos quais "a comunidade concorda em não realizar práticas proibidas em épocas de seca como o mês de agosto", exemplificou o governante sul-americano.

A Amazónia - a maior floresta tropical do mundo - está em chamas há mais de duas semanas.
“SOS Amazónia”
Na Suécia nasceu já o movimento "SOS Amazónia", criado pela jovem sueca Greta Thunberg, que tem sido o rosto da luta contra as alterações climáticas.

Em comunicado, a adolescente pede que esta sexta-feira as pessoas se concentrem junto às embaixadas e consulados do Brasil, um pouco por todo o mundo, para denunciar as queimadas na Amazónia.
Bolsonaro defende-se de ataques
Debaixo de fogo tem estado o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que recusou na última madrugada o convite do homólogo francês, Emmanuel Macron, para debater os incêndios da Amazónia durante a cimeira do G7.

Na rede social Twitter, Jair Bolsonaro diz lamentar que o presidente Macron procure instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazónicos para ganhos políticos pessoais. “O tom sensacionalista com que se refere à Amazónia - apelando até com fotos falsas - não contribui em nada para a solução do problema", disse.


Também nas últimas horas, na rede social Facebook, Bolsonaro acusou os países que mostraram apoio financeiro de não quererem saber do bem-estar da floresta.
Apelos de todo o mundo
Emmanuel Macron apelou na quinta-feira para que os incêndios na Amazónia fossem discutidos na cimeira do G7, que se realiza este fim de semana em Biarritz, sudoeste de França, afirmando que se trata de uma "crise internacional". Porém, as palavras não foram bem recebidas pelo governante brasileiro.

António Guterres também se manifestou na rede social Twitter.


O secretário-geral das Nações Unidas sublinha que, perante a crise climática global, a humanidade não pode dar-se ao luxo de destruir a maior fonte de oxigénio e de biodiversidade.

Por sua vez, em nota publicada no portal da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifesta-se "profundamente sensibilizado pela tragédia ambiental" que representam os incêndios na Amazónia.
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