Após duas semanas de chamas, ainda não há soluções para os fogos da Amazónia. Mas a Colômbia está a fazer por isso. O país quer um projeto conjunto de prevenção destes incêndios.
Em conferência de imprensa, o ministro colombiano do Ambiente, Ricardo José Lozano Picón, explicou que o objetivo é construir uma agenda conjunta que combata os efeitos das alterações climáticas, da desflorestação e da degradação da Amazónia.
Para o projeto conjunto proposto pela Colômbia, o ministro afirmou que "já tem resultados muito bons na luta contra a desflorestação".
O projeto contempla empreendimentos com comunidades locais, prevenção e pactos para as florestas nos quais "a comunidade concorda em não realizar práticas proibidas em épocas de seca como o mês de agosto", exemplificou o governante sul-americano.
A Amazónia - a maior floresta tropical do mundo - está em chamas há mais de duas semanas.
“SOS Amazónia”
Na Suécia nasceu já o movimento "SOS Amazónia", criado pela jovem sueca Greta Thunberg, que tem sido o rosto da luta contra as alterações climáticas.
Em comunicado, a adolescente pede que esta sexta-feira as pessoas se concentrem junto às embaixadas e consulados do Brasil, um pouco por todo o mundo, para denunciar as queimadas na Amazónia.
Bolsonaro defende-se de ataques
Debaixo de fogo tem estado o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que recusou na última madrugada o convite do homólogo francês, Emmanuel Macron, para debater os incêndios da Amazónia durante a cimeira do G7.
- Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos p/ ganhos políticos pessoais. O tom sensacionalista com que se refere à Amazônia (apelando até p/ fotos falsas) não contribui em nada para a solução do problema.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) August 22, 2019
Apelos de todo o mundo
Emmanuel Macron apelou na quinta-feira para que os incêndios na Amazónia fossem discutidos na cimeira do G7, que se realiza este fim de semana em Biarritz, sudoeste de França, afirmando que se trata de uma "crise internacional". Porém, as palavras não foram bem recebidas pelo governante brasileiro.
António Guterres também se manifestou na rede social Twitter.
I’m deeply concerned by the fires in the Amazon rainforest. In the midst of the global climate crisis, we cannot afford more damage to a major source of oxygen and biodiversity.
— António Guterres (@antonioguterres) August 22, 2019
The Amazon must be protected.
O secretário-geral das Nações Unidas sublinha que, perante a crise climática global, a humanidade não pode dar-se ao luxo de destruir a maior fonte de oxigénio e de biodiversidade.
Por sua vez, em nota publicada no portal da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifesta-se "profundamente sensibilizado pela tragédia ambiental" que representam os incêndios na Amazónia.