França. Incêndio em fábrica de produtos químicos ameaça o Sena

por RTP
Pascal Rossignol - Reuters

Um incêndio deflagrou durante a madrugada desta quinta-feira numa fábrica de produtos químicos em Rouen, no noroeste francês. Não há registo de vítimas, mas as autoridades fecharam as escolas e precaveram as populações da região para que não saíssem de casa. As autoridades temem a poluição do Rio Sena.

O incêndio começou pelas 2h40 numa fábrica da Lubrizol, a três quilómetros do centro da cidade de Rouen, e, ao final da manhã desta quinta-feira, ainda não estava extinto. Encontravam-se no local cerca 200 bombeiros e 60 veículos no combate ao fogo, segundo o jornal francês Le Monde.

Trata-se de uma fábrica de produção de aditivos para enriquecimento de petróleo, classificada como "Seveso High Threshold", isto é, que tem constante vigilância devido às matérias que utiliza.

Por essa razão, o responsável da região da Normandia Pierre-Andre Durant garantiu que as autoridades evacuaram a zona num raio de 500 metros em redor do local, de forma a proteger as populações. Até às primeiras horas da manhã de quinta-feira não foram registados feridos.

O autarca local assegurou ainda que são esperados mais reforços, incluindo técnicos para analisar a possível toxicidade dos vapores libertados no incêndio.


Segundo o comandante dos bombeiros de Seine-Maritime, Jean-Yves Lagalle , "uma série de explosões dificultou o progresso dos bombeiros" assim como a combustão de alguns líquidos inflamáveis que levaram a "um fluxo de lava".

"Este tipo de incêndio não é extinto apenas com água, é necessário colocar um concentrado de espuma, fazer um tapete de espuma", explicou. "É um incêndio extremamente perigoso para a segurança do pessoal", acrescentou, dizendo que se trata de uma ocorrência "fora do comum".
Populações em alerta e escolas fechadas
O ministro do Interior de França, Christophe Castaner, disse esta manhã na emissão da rádio RTL que "não há evidências de que haja risco associado ao fumo" causado pelo fogo. "Não vamos entrar em pânico com esta situação, mas precisamos de ter muito cuidado", alertou ainda.

Castaner aproveitou para alertar, através do Twitter, as populações para que não saíssem de casa, evitando a exposição ao fumo.


A câmara da região desencadeou um plano de intervenção e apelou à população, em comunicado, para ficar em casa.

"Como medida de precaução e, mesmo que nesta fase, tendo em vista as primeiras análises, a toxicidade aguda do ar não seja medida, é aconselhável aguardar o resultado atualizado das medições da qualidade do ar. (…) É aconselhável não se expor desnecessariamente a vapores e ficar dentro de casa o máximo possível".

Além do apelo para que os habitantes de 13 municípios da região da Normandia não saiam das suas habitações, os municípios fecharam as escolas e creches, assim como universidades e todas as instituições de ensino da zona.

A câmara pediu ainda para se "limitar viagens desnecessárias" na cidade de Rouen, acrescentando que os transportes públicos vão estar em funcionamento, na mesma, durante o dia.

"O fogo causa depósitos de fuligem na forma de precipitação e a ingestão de fuligem pode ser prejudicial à saúde", explicam as autoridades.

As "primeiras análises não revelaram toxicidade aguda nas principais moléculas que analisámos, o que é bastante tranquilizador", afirma Pierre-Andre Durand. No entanto, as autoridades continuam no combate ao fogo, havendo "risco de poluição do Rio Sena".

Christophe Castaner confirma que já está em curso uma investigação para esclarecer a origem deste incêndio.

A fábrica em Rouen é propriedade do grupo químico dos EUA Lubrizol Corporation, de Berkshire Hathaway, do investidor norte-americano Warren Buffett.
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