Mais CFC-11 na atmosfera. Estudo situa origem na China

por RTP
Thomas Peter - Reuters

Cientistas afirmam que um inesperado aumento de CFC-11 na atmosfera teve origem na China, onde este agente é utilizado por várias empresas. A produção do químico nocivo para a camada de ozono deveria ser reduzida, mas, recentemente, as emissões aumentaram.

Um novo estudo confirmou as suspeitas, aventadas em 2018 pela organização ambientalista Agência de Investigação Ambiental, de que a China estaria a aumentar as emissões de CFC-11.

A partir de dados recolhidos por estações de monitorização na Coreia do Sul e no Japão, o estudo concluiu que 40 a 60 por cento da subida destas emissões têm origem na China oriental e que, entre 2014 e 2017, esta subida representou um aumento de 110 por cento, face ao período entre 2008 e 2012. Tal significa que as emissões chinesas de CFC atingiram sete mil toneladas extra, quando comparadas com o ano de 2012.

Por outro lado, estima-se que 70 por cento das vendas domésticas chinesas utilizem este gás ilegal, visto que é de melhor qualidade e é mais barato do que os agentes alternativos.
O que é o CFC-11?
O CFC-11, ou Tricloromonofluormetano. é um dos clorofluorcarbonetos criados nos anos de 1930 para serem utilizados como gases refrigerantes.

Contudo, cientistas descobriram, décadas mais tarde, que os CFC libertavam átomos de cloro para a atmosfera, que por sua vez destruíam rapidamente a camada de ozono, a proteção do planeta contra as radiações solares.

Foi em 1987, por via do Protocolo de Montréal, que a comunidade internacional decidiu banir a maioria destes gases. Depois de uma redução das emissões que perdurou por seis anos, deu-se uma subida a partir de 2012, agora apontada à China.

O gigante asiático afirma que já começou a reduzir a produção do gás, tendo mesmo detido, no final do ano passado, responsáveis por fábricas da província de Henan.
Outras emissões

Os investigadores afirmam que é possível que este aumento tenha também ocorrido noutros países ou regiões, ou que o CFC tenha sido produzido num local e posteriormente transferido.

Uma vez que existe pouca monitorização das emissões em zonas como a América do Sul, vários países africanos e a Índia, afigura-se difícil encontrar os restantes responsáveis pelo aumento das emissões.

Se as emissões não forem reduzidas, a reparação da camada de ozono poderá demorar mais uma década do que o previsto. E boa parte da comunidade científica já alertou que restam apenas 12 anos para salvar o planeta.
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