Poluição do ar desencadeou diabetes em 3,2 milhões de pessoas em 2016

por Nuno Patrício - RTP
A presença prolongada à poluição do ar contribui para problemas crónicos de saúde. Uma nova pesquisa sugere mesmo que a exposição ao ar tóxico desencadeia milhões de novos casos de diabetes a cada ano. Foto: Reuters

Respirar ar puro está cada vez mais difícil. A poluição desencadeia vários problemas respiratórios, mas não só. De acordo com um estudo norte-americano a má qualidade do ar provocou o surgimento de 3,2 milhões de novos casos de diabetes, em todo o mundo, durante ao ano de 2016.

O estudo realizado por investigadores da Harvard T.H. Chan School of Public Health in Boston revela que a poluição do ar tem sido associada a doenças crónicas, doenças cardíacas e diabetes.

A Organização Mundial de Saúde estima que 422 milhões de pessoas atulmente vivam com diabetes tipo 2, quando em 1980 esse número rondava os 108 milhões.Os investigadores realizaram um rastreio a 1,7 milhões de norte-americanos adultos, durante quase uma década, para avaliar o risco de desenvolvimento da diabetes. De acordo com um documento publicado em The New England Journal of Medicine online as análises revelam que a exposição a longo prazo à poluição do ar aumenta a mortalidade e o risco crónico de contrair diversas doenças associadas.

Foram também usados dados de estudos globais sobre o risco de diabetes, bem como dados de qualidade do ar da Agência de Proteção Ambiental dos EUA e da NASA, para criar equações que analisaram globalmente a relação entre a exposição à poluição do ar e a diabetes.


Mais recentemente surgiu uma nova estimativa, divulgada em julho na revista The Lancet Planetary Health, que considera a poluição do ar responsável por cerca de 14 por cento dos novos casos de diabetes em todo o mundo.

As partículas finas, expelidas por carros e fábricas e geradas por reações químicas na atmosfera, que ficam suspensas e tornam o ar difícil de respirar, associadas a fatores como genética, peso, nível de atividade e dieta influenciam o risco da doença, que está em ascensão a nível global.

A Organização Mundial de Saúde estima que 422 milhões de pessoas atulmente vivam com diabetes tipo 2, quando em 1980 esse número rondava os 108 milhões.


Um fardo pesado que felizmente não se regista em todo o mundo. Países com altos níveis de poluição, como Paquistão, Índia e China, apresentam taxas especialmente altas de diabetes relacionad as com a poluição do ar.

Por outro lado, as marcas da poluição existente no passado estão bem presentes. Exemplo disso é o caso dos Estados Unidos que, apesar de agora possuírem ar mais limpo, ainda se encontram no topo da lista.
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