Semana de ação pelo clima culmina com greves e manifestações

por RTP
Escolas por todo o mundo têm estado vazias. Sem alunos e - algumas - sem professores Reuters

Cumpre-se esta sexta-feira o último dia de uma semana de ação global pelo clima. As manifestações são, uma vez mais, acompanhadas de greves às aulas. Em todo o mundo, largos milhares de jovens procuram que os líderes políticos tomem ações concretas para inverter a crescente emergência ecológica.

Por todo o mundo, os jovens procuram que os governantes apresentem medidas e ações concretas para inverter a situação.

“Estaríamos na escola se o mundo estivesse bem”, lê-se nos cartazes. São centenas de milhares os jovens que se têm dedicado a esta causa. É o presente dos mesmos e o futuro das próximas gerações o que os preocupa.

Assim, apesar de setembro ser o “mês do regresso às aulas”, escolas por todo o mundo têm estado vazias. Sem alunos e - algumas - sem professores. As ações em defesa do planeta estendem-se a Portugal.

Em princípio, esta ausência prolongada e contínua não terá consequências negativas para aqueles que decidiram aderir às manifestações. Segundo Filinto Lima, presidente da Associação de Agrupamentos das Escolas Públicas, há um bom motivo para que os jovens faltem às aulas.

Antena 1

A autorização para os jovens aderirem às greves é da responsabilidade dos pais. Contudo, cabe à direção de cada escola aceitar o pedido de justificação da falta, explica Filinto Lima.
Apelo da Amnistia Internacional

A compreensão não se está a verificar em todos os países.

Neste sentido, a Amnistia Internacional viu-se obrigada a fazer um pedido geral aos diretores das escolas a apelar para que os professores não marquem falta aos alunos que não compareçam esta sexta-feira nas escolas.

São mais de quatro mil as cidades a participar nesta iniciativa. Na Nova Zelândia, mais de 11 mil pessoas assinaram uma carta aberta dirigida ao Parlamento, entregue na manhã desta sexta-feira, a pedir que o Governo declare uma situação de emergência climática.

“Os líderes que nos representam têm que nos mostrar ações significativas e imediatas que garantam a salvaguarda do nosso futuro neste planeta”, declarou Raven Maeder, coordenador nacional do movimento School Strike 4 Climate (greve de estudantes pelo futuro do clima).

Além das 170 mil pessoas a manifestarem-se pelas ruas da Nova Zelândia, existem ainda outros países onde se espera um nível de adesão igual ou maior.

Na América Central e do Sul, as expetativas são altas. De acordo com os ativistas, no Chile, a Plaza Itália será inundada de manifestantes a partir das 18h00. Também no Brasil, na Bolívia, no Equador e no Paraguai os protestos vão continuar.

Na Argentina estão planeados mais de 30 eventos, nos quais as multidões se vão unir e marchar pela capital até ao Congresso Nacional.

Contudo, há países em que o movimento ambientalista tem sido alvo de uma repressão severa. Na capital colombiana, por exemplo, em julho, depois de uma manifestação de ativistas, várias pessoas foram assassinadas.
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