Tráfego nas autoestradas atinge recordes. Ambientalistas pedem alternativas

por RTP
O volume tráfego tem vindo a crescer desde 2013 Rafael Marchante - Reuters

O número de veículos a circular nas autoestradas portuguesas continua a aumentar e atingiu, em dezembro do ano passado, um recorde, com um tráfego médio diário a rondar as 18300 viaturas. Este número representa um aumento de cinco por cento em relação ao mesmo mês do ano anterior. A associação ambientalista ZERO defende a criação de alternativas ao transporte privado de modo a reduzir a poluição.

O maior aumento de tráfego ocorreu na autoestrada Douro Litoral, onde se deu um crescimento de 12,2 por cento. Já a subida menos acentuada aconteceu nas concessões das Beiras Interior, Litoral e Alta, todas com aumentos inferiores a três por cento.

De acordo com um relatório divulgado pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), a circulação de veículos aumentou em todos os meses de 2018 em relação ao período homólogo, exceto no mês de abril, quando se registou um recuo mínimo de 0,2 por cento.O aumento do tráfego contemplou todas as concessões do país e os meses de Verão foram os de maior afluência.

Os meses de Verão foram aqueles em que se registou maior número de veículos a circular, com um tráfego médio diário sempre a ultrapassar as 20 mil viaturas. Em agosto foram mais de 24.400.

O volume de tráfego tem vindo a crescer desde 2013, depois de uma quebra acentuada em 2010 devido à introdução das portagens na SCUT. Nesse período, a A22 foi a autoestrada a registar maior quebra de tráfego, que chegou a ultrapassar os 50 por cento.

A associação ambientalista ZERO já reagiu aos dados sobre o aumento de tráfego nas autoestradas, relembrando que cerca de 25 por cento das emissões de gases com efeito de estufa têm origem nos transportes, especialmente os rodoviários.

Dentro dos transportes rodoviários, cerca de 95 por cento da poluição é proveniente de veículos individuais, frisa o ambientalista Francisco Ferreira.

A ZERO defende, assim, a criação de alternativas viáveis para viagens de longo curso de modo a reduzir o número de veículos privados a circular nas autoestradas.

“Muitas das pessoas estão a optar pelo meio de transporte individual, sendo que ao nível de distâncias maiores precisamos de encontrar alternativas competitivas de transporte público”, defendeu.
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