Atletas portugueses em Lisboa com escassez de medalhas

por Mário Aleixo - RTP
A medalha de Nélson Évora foi a exceção na equipa portuguesa que esteve nos europeus de pista coberta, em Glasgow Epa-Valdrin Xhemaj

Os elementos da comitiva portuguesa afirmaram na segunda-feira estar com um sabor agridoce por terem conseguido bons resultados no Europeus de atletismo de pista coberta, que decorreram em Glasgow, na Escócia, mas terem ficado perto das medalhas.

Sem a presença do medalha de prata do triplo salto, Nelson Évora, a comitiva chegou ao final da noite de segunda-feira a Lisboa, e contou apenas com a presença de alguns familiares.

Segundo Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, o balanço da prova é positivo.

"Uma medalha é sempre uma medalha em qualquer competição internacional, mas sobretudo pelos resultados obtidos muito perto do pódio por atletas jovens. A medalha é a cereja no topo do bolo. Então com um atleta imortal. Reconhecemos que Nelson Évora surpreende todos os dias. Ele continua a ser o atleta dos grandes momentos, que se supera. É um exemplo para todos os outros atletas", asseverou.
Mamona aposta nas provas de verão
Com o peito cheio de esperança para a época de verão, nomeadamente para os Mundiais no Qatar, em Doha, Patrícia Mamona, que ficou a um mero centímetro no recorde pessoal na Escócia e a quatro do pódio.

"Agora tenho de pensar no futuro que são os Mundiais em Doha, no Qatar (em setembro). Esta competição serviu de aquecimento, foi uma época de inverno excelente. Fui segunda no circuito mundial de ‘indoor', fiquei no quarto lugar no Europeu, fiz recorde pessoal duas semanas antes. Espero agora que as estrelas se alinhem e que salte muito no verão", afirmou.

A defender a medalha de prata, conquistada em 2017, Patrícia Mamona mostrou alguma desilusão pelo quatro lugar na Escócia.

"Quando se vai para uma prova destas vai-se sempre com o intuito de fazer o melhor. Quando se fica a um centímetro do recorde pessoal fica um sabor agridoce, porque sei que estou bem e sei também que valho mais. Saí feliz, mas com um sabor agridoce por não ter conseguido as medalhas que estavam ali tão perto", disse.
Posições honrosas e moralizadoras
Tanto Susana Costa, que teve a mesma distância no triplo salto de Patrícia Mamona (14,43 metros) em Glasgow, quinta na prova, como Francisco Belo, no lançamento do peso (quarto classificado), seguiram o mesmo discurso.

"É sempre um sabor agridoce. Por cinco centímetros. Tanto a Patrícia como eu poderíamos ter conseguido. Não conseguimos. Dei o meu melhor. É um resultado que nunca fiz antes. Estou feliz com o meu resultado. Estou bastante motivada para o trabalho que vou fazer na época de verão. Estou com boas perspetivas", perspetivou Susana Costa.

Por sua vez, Francisco Belo, garantiu estar satisfeito pelo quarto lugar, até porque é a prova do trabalho que tem desenvolvido nos treinos.

"É uma sensação agridoce. Sim, saio satisfeito. Podia ter sido melhor? Podia sempre, mas foi uma grande prova. Foi uma grande competição e saio confiante que dei o meu melhor. O trabalho que tenho feito começa a dar resultados. Vou dar o meu melhor, vou continuar a treinar como tenho feito até aqui, tentar fazer mais e melhor", garantiu.
pub