Colonizar a Lua sempre foi uma ambição humana. A maioria pensa que esta aposta é exclusivamente norte-americana, mas pelo planeta fora são muitos os que alimentam a mesma ideia. É o caso dos chineses.
Os voluntários foram quatro estudantes chineses - dois homens e duas mulheres - da Universidade de Beihang, em Pequim, especializados em astronáutica, que durante mais de seis meses moraram dentro de um módulo com 160 metros quadrados chamado Yuegong-1 (Palácio Lunar-1). Sem qualquer contacto físico com o exterior.Os estudantes, todos voluntários, ficaram durante mais de seis meses num módulo com 160 metros quadrados, recorrendo a sistemas de reciclagem.
O objetivo foi testar a capacidade do corpo e da mente para viver em espaço confinado, bem como analisar a coexistência de animais, plantas e humanos, tendo em vista uma futura colónia lunar.
A cabine funcionou num sistema biorregenerativo, em que a água e os alimentos se reciclam, simulando os ciclos vitais terrestres.
De acordo com os estudantes, a experiência foi positiva, embora reconheçam momentos de pressão psicológica.
A experiência "colocou o corpo e mente dos voluntários à prova, mas eles superaram o teste", disse Liu Hong, construtor do módulo chinês, informando que durante este teste houve três cortes de energia imprevistos, que interromperam a permanência dos estudantes.
Esta saída é apenas um interregno na experiência, visto que o grupo retornará por um período final de mais 105 dias, de acordo com a China News.
O Palácio Lunar tem dois módulos agrícolas, quatro áreas de descanso, uma sala comum, uma casa de banho, uma sala dedicada ao tratamento de resíduos e outra para a criação de animais.
Apesar de não estar a planear enviar, por agora, astronautas ao satélite natural da Terra, a China continua a investir milhões de euros em programas liderados pelos militares, disputando terreno científico e tecnológico com europeus e americanos. Conseguiu mesmo instalar uma pequena estação espacial em órbita da Terra, a Tiangong-1.
O anterior recorde de reclusão numa cabine pertencia a três pessoas da antiga União Soviética, que passaram 180 dias numa construção semelhante nos anos de 1970.