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Cientistas fazem novas descobertas após o fim da Cassini

por RTP
O mais próximo que Cassini esteve da atmosfera de Saturno foi no dia em que se afundou no Planeta que ajudou a descobrir NASA - Reuters

Após o "grande final" da Cassini a 15 de setembro, têm vindo a ser estudadas novas informações sobre Saturno e os seus anéis. Antes de desaparecer na atmosfera daquele planeta, a sonda transmitiu dados inéditos sobre a sua composição.

A Cassini passou os últimos 13 anos a explorar Saturno, servindo de fonte de conhecimento para os astrónomos conhecerem o planeta.

O mais próximo que a sonda esteve da atmosfera de Saturno foi no dia em que se afundou no planeta que ajudou a descobrir. Este acontecimento permitiu aos cientistas conhecerem o "primeiro sabor da atmosfera de Saturno", segundo a CNN.
Quais as moléculas dos anéis?
Durante o minuto em que a viagem decorreu, a Cassini transmitiu novos dados sobre a composição de Saturno, enquanto a sua antena permaneceu apontada para a Terra. De seguida, derreteu na atmosfera do planeta.

O ato final da Cassini permitiu aos cientistas saber as medidas exatas dos anéis de Saturno e compreender quais as moléculas ali presentes. Esta informação torna-se crucial, pois "é algo que não pode ser feito a partir da órbita", disse o líder da equipa Hunter Waite.

Embora a composição dos anéis contenha maioritariamente água, os investigadores detetaram metano, algo que não esperavam.
O que mantém os anéis no lugar?
Investigar os anéis de Saturno foi a principal responsabilidade da sonda Cassini. Estudos comprovaram que, se os anéis de Saturno não tivessem algum tipo de força para os manter no lugar, desapareceriam ou separar-se-iam.

A Cassini reuniu informações e entendeu que os anéis são segurados por uma espécie de "ondas", o que permite perceber que se comportam como "ressonâncias da lua" e atuam como "a gravidade das pequenas luas de saturno, que diminuem o movimento dos anéis".

As várias ondas são geradas por diferentes fontes, que criam uma desaceleração gravitacional que permite aos anéis circundarem Saturno. O esforço de manter os anéis no lugar é partilhado pelos sete satélites naturais do planeta que se encontram mais perto, nomeadamente Pan, Atlas, Prometheus, Epimetheus, Mimas, Janus e Pandora. A medida da massa das luas de Cassini ajuda a confirmar isso.



"Esta é a novidade da ideia. Ninguém imaginou que os anéis se seguram através de um esforço partilhado", referiu à CNN Radwan Tajeddine, professor de astronomia da Universidade de Cornell e principal autor do estudo dos anéis,.
Nuvem de gelo em Titã?
Titã é o maior satélite natural e segundo maior de todo o sistema solar. Único, tem uma atmosfera densa de nitrogénio e metano, o que lhe dá uma aparência avermelhada.
Este ano cientistas detetaram cianeto de vinil no planeta, uma "molécula orgânica complexa capaz de formar esferas de membrana celular que poderão ter vida".


Os novos dados da sonda Cassini deram a conhecer uma nuvem de gelo tóxica, sob a parte sul da lua. A nuvem de gelo é uma mistura de cianeto e benzeno, que condensam em conjunto.

As observações da Cassini ao longo de 13 anos permitiram descobrir que Encélado e Titã podem ser habitáveis para algumas formas de vida.



Apesar de estas suposições, a teoria não foi comprovada porque os cientistas não quiseram arriscar colocar a Cassini nas luas, pois poderia colidir com algum dos satélites naturais de Saturno.
Intemporal?
O estudo dos dados fornecidos pela Cassini poderá prolongar-se por anos. Os cientistas ainda tentam analisar algumas das informações que a sonda forneceu e que serviram de fonte de inspiração para continuar o trabalho. Um dos exemplos é o verdadeiro período de um dia em Saturno - algo que continua por apurar.

"Há carreiras profissionais que foram formadas tendo em conta a análise dos dados da Cassini", assinala a cientista do projeto do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA Linda Spilker. Acrescenta que "agora é que o trabalho começou", com todas as informações que a Cassini forneceu na última viagem a 15 de setembro a serem analisadas.

Os cientistas que fazem parte do grupo da missão Cassini estão atualmente a descortinar todas as informações que a sonda transmitiu, bem como a analisar dados relativamente à altitude mais baixa de Saturno.
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