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Natural Cycles, uma aplicação que controla a fertilidade

por RTP
Mike Segar - Reuters

A aplicação Natural Cycles foi aprovada pela União Europeia em fevereiro e registada a 7 de agosto pelo Infarmed como dispositivo médico. É a primeira app com a denominação de dispositivo médico em Portugal. A ideia partiu da sueca Elina Berglund, que quis desenvolver um algoritmo para controlar o seu ciclo menstrual.

A Natural Cycles surgiu quando o casal Elina Berglund e Raol Scherwitzl procuravam um método de contraceção natural eficaz. Como têm conhecimentos na área de matemática avançada e análise de dados, decidiram juntar o desejo pessoal à aptidão profissional e criaram o produto.

Depois de utilizar o produto para seu benefício, Elina Berglund percebeu que a sua necessidade poderia ser a de outras mulheres. Por isso, decidiu partilhar com o mundo o produto que criou inicialmente apenas para uso pessoal, tornando-o numa aplicação.

A ideia tornou-se na Natural Cycles - uma aplicação que promove uma contraceção eficaz e que dá conhecimentos sobre o corpo de cada mulher, através do estudo da temperatura corporal, revela a página online.
No que consiste?

Para utilizar a aplicação, a mulher tem de medir a temperatura corporal diariamente num termómetro basal com duas casas decimais e colocar o valor na app. Depois de colocada a temperatura, a cor da aplicação será verde (não precisa de usar proteção) ou vermelha (precisa de utilizar proteção).

As mulheres podem ter relações sexuais desde que estejam num “dia verde”. No caso de dar vermelho e de não querer engravidar, a mulher pode optar por se abster sexualmente ou usar proteção adicional.

Como as mulheres só podem engravidar durante o ciclo menstrual até seis dias, esta aplicação encontra os dias em que a mulher pode engravidar. Segundo o Público, Elina Berglund refere que 20 por cento das utilizadoras objetivam utilizar a app para engravidar mais facilmente.

“Ele não só deteta a ovulação e as diferentes fases do seu ciclo, como também faz previsões precisas para os próximos ciclos”, indica a Natural Cycles na página online. No entanto, a aplicação não protege contra doenças sexualmente transmissíveis.

De maneira a garantir a eficácia do produto, a aplicação colocará mais dias férteis no início da utilização até conhecer o ciclo menstrual único da utilizadora. No princípio, terá mais dias vermelhos e depois irá diminuindo.

A aplicação já é utilizada por cerca de 400 mil mulheres em todo o mundo e não tem efeitos secundários por ser totalmente natural.
Qual o método mais eficaz?
O estudo “uso perfeito e típico do índice de Pearl numa aplicação de telemóvel contracetiva”, presente no Contraception Journal, procurou apurar a eficácia do produto Natural Cycles através da avaliação do índice de Pearl.

O índice de Pearl consiste na fórmula matemática que avalia a eficácia de um método, de zero a dez por cento. Por exemplo, os preservativos têm um índice de Pearl de sete por cento.

O estudo mostrou que a app tem uma taxa de falha com uso perfeito de 1,0, ou seja, uma em cada 100 mulheres pode engravidar num ano, seja por falha da aplicação como por ter relações sexuais sem proteção em “dias vermelhos”.

Já a falha com uso típico é de 7,0, ou seja, sete mulheres em cada 100 podem engravidar num ano devido a todas as razões possíveis. Deste modo, o estudo concluiu que a taxa de eficácia da aplicação é de 99 por cento para quem utiliza de forma perfeita e para o uso típico é de 93 por cento.

O Dispositivo intra-uterino hormonal (DIU) é o mais eficaz, segundo um estudo do Contraceptive Technology que a Natural Cycles divulgou. Já a pílula e a Natural Cycles são os dois dispositivos que se seguem, com uma eficácia alta. O preservativo e o planeamento familiar natural estão comprovados serem de eficácia média.
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