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Conversa Capital com António Saraiva

por Rosário Lira

Foto: Antena1

O presidente da CIP acusa o ministério das Finanças de ter uma atitude mastodôntica, impossibilitando grande parte das empresas de recorrerem à linha Retomar, criada para ajudar as empresas após o fim das moratórias.

Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, António Saraiva adianta que os 8 critérios exigidos vão abranger apenas 10 por cento dos códigos de atividade económica. O presidente da CIP acredita que se o ministro da Economia tivesse outro “grau de liberdade, a linha vinha formatada de outra forma”.

António Saraiva revela que nem os bancos sabem ainda como vai funcionar o protocolo com o Banco de Fomento, para fazer chegar o dinheiro aos empresários, e acusa o governo de ter agido tardiamente, a uma semana do fim das moratórias. Adianta que apesar dos critérios apertados, os mil milhões não vão chegar.

O presidente da CIP diz que o ministério da Economia tem problemas de relacionamento com as Finanças e acusa o ministro das Finanças de falta de diálogo e de uma política restritiva que prejudica as empresas.

António Saraiva pede ao governo um sinal para as empresas no próximo Orçamento do Estado, à semelhança do que o primeiro-ministro fez ao anunciar uma mexida nos escalões IRS para os particulares. Considera que a negociação tem muito de tacitismo eleitoral e pouco de estratégica económica. Mas ainda assim espera que sejam tomadas medidas concretas, em sede de OE, nomeadamente o fim do pagamento por conta.

O presidente da CIP considera que com o impacto da pandemia não faz sentido continuar a manter a meta dos 750 euros de salário mínimo em 2023. O governo, segundo António Saraiva, tem de rever esta meta. O presidente da CIP está disponível para negociar um aumento do salário mínimo, desde que não sejam aumentos irracionais. Os 705 euros de aumento para algumas empresas são excessivos.

António Saraiva considera que o governo continua refém da esquerda parlamentar e lamenta a ausência de um centro direita parlamentar assertivo, consequente e presente. Refere que “a guerra fratricida” que se vive internamente no PSD não tem permitido fazer uma verdadeira oposição.

Uma entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Susana Paula do Jornal de Negócios.
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