Conversa Capital com Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa
Foto: Antena1
"O impacto da pandemia foi brutal", nas contas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. A instituição vai acabar o ano com 30 milhões de euros de resultados negativos, consequência do aumento da despesa e da redução de receita.
Para recuperar, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa aposta na internacionalização dos jogos para Angola, Brasil e Peru, nas apostas hípicas que vão começar em outubro e no alargamento da rede de mediadores. Edmundo Martinho anunciou que dentro em breve, arrancam mais 149 espaços de venda e em meados do próximo ano, haverá mais 1500.
Os investimentos em curso não ficam comprometidos, mas poderão avançar a um ritmo diferente. Já quanto ao hospital da Cruz Vermelha, Edmundo Martinho revelou que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa está interessada na aquisição da totalidade das ações. A Santa Casa já recebeu a atualização da avaliação e vai avançar para a negociações. Segundo Edmundo Martinho, a avaliação permitiu concluir que o Hospital da Cruz Vermelha, para retomar o panorama que tinha na saúde em Portugal, precisa de uma "recapitalização forte", entre 12 a 16 milhões de euros.
O Provedor da Santa Casa da Misericórdia considera "muito preocupante" o impacto social e económico que a pandemia está a provocar. Edmundo Martinho revela que neste momento a instituição está a fornecer diariamente 4000 refeições, mais 30 a 40 por cento do que acontecia anteriormente. O provedor considera que, mais do que a ajuda alimentar e financeira, o problema é não existir no horizonte a perspetiva destas pessoas terem condições para voltar à normalidade.
Nesta entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa recomenda que o dever de recolhimento obrigatório seja generalizado, porque é difícil reconstruir as cadeias de transmissão e têm existido vários focos em diferentes pontos no país, por isso, defende uma intervenção mais abrangente.
Em concreto no que se refere a Lisboa, considera que podia ser útil reabrir de forma programada e organizada, alguns bares e discotecas, para evitar as aglomerações.
Uma entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Catarina Almeida Pereira do Jornal de Negócios.