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Conversa Capital com Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

por Antena1

Foto: Antena1

"O impacto da pandemia foi brutal", nas contas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. A instituição vai acabar o ano com 30 milhões de euros de resultados negativos, consequência do aumento da despesa e da redução de receita.

Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, o Provedor da instituição, Edmundo Martinho, referiu que a despesa aumentou entre 20 a 30 por cento e é previsível que continue neste nível. Já a receita reduziu em 25 por cento. As perdas resultantes da venda dos jogos chegaram aos 600 milhões de euros. Admite que em relação às vendas dos jogos já se sente alguma retoma mas ainda assim muito longe do nível anterior à crise.

Para recuperar, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa aposta na internacionalização dos jogos para Angola, Brasil e Peru, nas apostas hípicas que vão começar em outubro e no alargamento da rede de mediadores. Edmundo Martinho anunciou que dentro em breve, arrancam mais 149 espaços de venda e em meados do próximo ano, haverá mais 1500.

Os investimentos em curso não ficam comprometidos, mas poderão avançar a um ritmo diferente. Já quanto ao hospital da Cruz Vermelha, Edmundo Martinho revelou que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa está interessada na aquisição da totalidade das ações. A Santa Casa já recebeu a atualização da avaliação e vai avançar para a negociações. Segundo Edmundo Martinho, a avaliação permitiu concluir que o Hospital da Cruz Vermelha, para retomar o panorama que tinha na saúde em Portugal, precisa de uma "recapitalização forte", entre 12 a 16 milhões de euros.

O Provedor da Santa Casa da Misericórdia considera "muito preocupante" o impacto social e económico que a pandemia está a provocar. Edmundo Martinho revela que neste momento a instituição está a fornecer diariamente 4000 refeições, mais 30 a 40 por cento do que acontecia anteriormente. O provedor considera que, mais do que a ajuda alimentar e financeira, o problema é não existir no horizonte a perspetiva destas pessoas terem condições para voltar à normalidade.

Nesta entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa recomenda que o dever de recolhimento obrigatório seja generalizado, porque é difícil reconstruir as cadeias de transmissão e têm existido vários focos em diferentes pontos no país, por isso, defende uma intervenção mais abrangente.

Em concreto no que se refere a Lisboa, considera que podia ser útil reabrir de forma programada e organizada, alguns bares e discotecas, para evitar as aglomerações.

Uma entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Catarina Almeida Pereira do Jornal de Negócios.
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