Conversa Capital com Isabel Jonet

por Antena 1

A Antena1 e o Jornal de Negócios entrevistam a presidente da Fundação Portuguesa dos Bancos Alimentares.

Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, revelou à Antena1 e ao Jornal de Negócios que no último ano não houve uma diminuição dos pedidos de ajuda feitos às instituições e destas aos bancos alimentares. O perfil de quem precisa mantêm-se - são sobretudo pessoas idosas

Retoma

Os bancos alimentares em Portugal continuam a apoiar 420 mil pessoas, o que corresponde a 4% da população. A retoma económica, adianta, ainda não chegou às populações com mais baixos rendimentos.

Desemprego

Considera que a taxa de desemprego não reflete a real situação de quem precisa. Lembra que há muitas pessoas que deixaram de receber prestações sociais de desemprego e que não entram nas estatísticas e continuam a recorrer aos bancos alimentares. São sobretudo as não qualificadas. Por isso defende que "é urgente criar emprego para as pessoas menos qualificadas". Até porque esta situação pode causar uma "grande pressão social".

Salário mínimo

Considera o aumento do salário mínimo como positivo, mas acredita que pode trazer mais desemprego. Assim como considera positivo os aumentos que possam existir das prestações sociais, por mais pequenos que sejam, desde que depois não sejam absorvidos pelo aumento dos impostos indiretos.

Plano

Não se pode "olhar para a pobreza como uma espécie de laboratório social onde vai haver experimentação". Quando se fala de pessoas não se pode fazer "experiências para ver se dá". Critica a utilização de verbas comunitárias para estas experiências e defende um plano de combate à pobreza para mais de uma legislatura. Dá como exemplo a recente intenção de substituir as cantinas sociais do programa de emergência alimentar por cabazes.

Instituições

E lembra que neste e noutros aspetos o Estado tem de "confiar" nas instituições de solidariedade social porque só elas estão junto das pessoas e sabem o que realmente faz falta.

Duplicações

Defende que o governo deve promover o trabalho em rede porque só assim será possível evitar duplicações de apoio. Admite que há verdadeiros "profissionais da pobreza", alguns por necessidade outros nem tanto e que o trabalho em rede permitiria gerir melhor.
pub