Conversa Capital com João Vieira Lopes

por Antena1

O volume de compras no natal deste ano poderá superar o registado no natal do ano passado no comércio e serviços.

Esta é a expectativa do Presidente da Confederação do Comercio e Serviços de Portugal (CCP). Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, João Vieira Lopes considera que se não houver "nenhuma catástrofe", alguns setores poderão mesmo registar crescimentos de 5 a 10 por cento. Este crescimento já tem em conta a redução das margens de lucro e, nalguns casos, o aumento dos preços ao consumidor, decorrentes do preço dos combustíveis e da falta de produtos.

João Vieira Lopes diz que neste momento em termos coletivos o comércio não vai avançar com medidas adicionais às anunciadas pelo governo por causa da COVID e espera que não seja necessário ir mais longe, porque isso iria causar problemas aos consumidores e diminuir o volume de negócios. Quanto às medidas anunciadas pelo Governo, o presidente da CCP considera que são razoáveis e não são fundamentalistas, esperando que fiquem por aqui.

Sobre o futuro e a instabilidade política, decorrente do chumbo da proposta de orçamento do Estado, João Vieira Lopes lembra que as empresas gostam de estabilidade e previsibilidade e admite a existência de sentimentos contraditórios porque, se por um lado as políticas previstas na proposta eram preocupantes, a ausência de Orçamento também não é brilhante. Ainda assim, espera que se a pandemia não evoluir, alguma recuperação seja feita.

Sobre o formato do futuro governo não se pronuncia, mas afirma que quer um interlocutor que dê mais atenção às empresas e um governo que não dê apenas relevância às políticas sociais e que tenha também em conta a necessidade de reforçar o tecido empresarial, porque se não houver produção, não há riqueza e não há subida de salários.

Sobre o aumento do salário mínimo, João Vieira Lopes diz que preferia que o Governo tivesse optado por uma descida da TSU, em vez da devolução da taxa cobrada pelo aumento. Ainda assim, compreende que no atual contexto essa medida não passaria no parlamento.

Uma entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Susana Paula do Jornal de Negócios.
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