Conversa Capital com Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e da Ação Climática

por Antena1

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"Estamos a correr contra o tempo" é assim que o ministro do Ambiente e Acão Climática define a execução do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).

Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, Matos Fernandes admite que a sua maior preocupação é garantir que "vamos executar o dinheiro todo" e dai a antecipação de alguns projetos, como a ponte no Porto para o metro. "Estamos a começar antes do dia zero", afirma o ministro que ainda assim adianta estar "profundamente convencido que as verbas do PRR vão ser completamente absorvidas”.

Nesta entrevista o ministro revelou que já estão identificadas 7 albufeiras, 4 no Norte e 3 no Alentejo que vão a leilão para a instalação de painéis solares. Matos Fernandes anunciou que o leilão vai ser lançado em setembro e com regras idênticas aos anteriores. Vão estar a concurso 500 MW em espelhos de água, sendo que o número de albufeiras em leilão poderá chegar às 10 ou 12. As 7 albufeiras desde já identificadas são as de Alto Rabagão, Paradela, Salamonde, Vilarinho das Furnas, Monte da Rocha, Santa Clara e Alqueva. O ministro acredita que vai ter muitos interessados.

O ministro do Ambiente revelou que os apoios à compra de carro elétrico vão manter-se até ao final da legislatura. Contudo, e ao contrário do que aconteceu em Espanha, o ministro Matos Fernandes recusa-se a definir uma data para pôr fim aos veículos com motor de combustão interna. E quando questionado sobre o facto de não ter assinado a carta enviada por alguns Estados Membros, a pedir um calendário à comissão para a transição, considera que se trata de uma iniciativa irrelevante e adianta mesmo que se trata de "uma quixotice impor uma data".

Nesta entrevista, o ministro João Matos Fernandes revelou também que o Aviso para a eficiência energética dos edifícios, previsto no Programa de Recuperação e Resiliência, vai ser lançado na segunda quinzena de junho, numa antecipação às verbas do PRR. Vão ser alocados 30 milhões de euros para financiamento de projetos até 70 por cento, com um limite máximo de 7.500 euros por fogo. O processo será igual ao que foi lançado o ano passado, com os interessados a fazerem as obras e a serem posteriormente reembolsados. A verba que agora vai a concurso é três vezes superior à que acabou por ser gasta no ano passado com a mesma iniciativa que prevê, nomeadamente, a compra de sistemas de aquecimento, aparelhos de climatização e isolamento térmico. Segundo o ministro, já foram pagas 5000 candidaturas.

Em relação aos vouchers para quem não tem possibilidade de avançar com dinheiro para as obras, o ministro adiantou que dentro de 4 meses, e até ao final do ano, vão ser entregues 20 mil de um total de 100 mil, identificados no âmbito das 800 mil famílias que beneficiam da tarifa social de eletricidade. No entanto, os vouchers só serão entregues a quem manifestar a intenção de receber esse apoio.

Uma entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Maria João Babo do Jornal de Negócios.
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