Conversa Capital com Pedro Mota Soares, secretário-geral da APRITEL

por Antena1

Foto: Antena1

Os custos da tarifa social da internet não podem ficar apenas do lado das operadoras. Esta é a posição do secretário-geral da Apritel - Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas - em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios.

Pedro Mota Soares não nega a importância da tarifa social da internet mas considera que esses custos não podem ficar apenas no lado das operadoras, ou seja, considera que "faz sentido que existam verbas públicas para financiar a medida". Lembra que o preço de 5 euros/mês para um pacote que inclui 10GB de dados e uma velocidade de download de 30mbps anunciado pelo governo, representa uma redução de mais de 66 por cento, ou seja, mais do dobro do praticado pela energia. Pedro Mota Soares diz que é preciso fazer um estudo de mercado e uma consulta pública antes de definir o valor a praticar, e o governo tem de ouvir o sector.

Já quanto à cobertura de rede do país, Pedro Mota Soares lembra que levar a rede de comunicações a todo o pais e acabar com as chamadas "zonas brancas", deve ser feito com investimento público e recorrendo aos fundos comunitários do PT2030. Os operadores privados continuam disponíveis para investir mas "há zonas em que só se conseguirá chegar lá com investimento publico".

Ainda nesta entrevista à Antena1 e ao Negócios, Pedro Mota Soares adianta que não faz sentido o regulador dizer que com a introdução do 5G os preços das comunicações vão baixar porque há mais concorrência, sem que haja um estudo que permita chegar a essa conclusão. Aliás, lembra que nos últimos 10 anos as empresas perderam 27 por cento da sua receita, disponibilizando mais 25 por cento dos serviços, com o custo médio por serviço a cair 45 por cento.

Sobre o leilão do 5G e os atrasos no processo não se quis pronunciar, mas garantiu que todos os operadores em Portugal estão preparados para disponibilizar a tecnologia 5G assim que a decisão seja tomada.

Já em relação ao futuro do CDS, este antigo líder parlamentar do partido, elogia a atitude de Nuno Melo, em querer apresentar-se como alternativa, e considera que é uma das pessoas com capacidade para liderar o CDS. De resto considera que neste momento não há uma alternativa de Direita. (Clip5)

Uma entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Alexandra Machado do Jornal de Negócios.
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