Conversa Capital com Vieira da Silva, antigo Ministro do Trabalho e da Segurança Social

por Antena 1

Avançar para eleições antecipadas seria causar um "dano sério ao país". As palavras são de Vieira da Silva, antigo ministro do Trabalho e da Segurança Social.
Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, Vieira da Silva considerou que avançar para eleições antecipadas seria prejudicar a recuperação económica e social do país e ninguém sairia reforçado... "e se alguém tiver essa ilusão é passageira..."

O antigo ministro espera que ainda haja margem para a conciliação, pede aos partidos para medirem bem as consequências e lembra que o governo tem dado provas de que irá tão longe quanto possível. Para Vieira da Silva, os partidos têm de saber fazer a conciliação entre os interesses de manutenção da sua influência e o progresso do país porque Portugal ainda está muito longe do que estaria se não tivesse havido crise.Vieira da Silva diz que a incerteza e a perturbação subsistem e aconselham cautelas.

Lembra que Portugal conseguiu dar uma resposta à crise pandémica, mas nada garante que vá conseguir vencer outras batalhas se " não houver estabilidade e entendimentos mínimos". Mais: Vieira da Silva considera que seria "ingénuo" e "irresponsável" pensar que "os efeitos das políticas publicas não influenciam a forma como olham para nós".

Vieira da Silva considera que a discussão da legislação laboral não devia ser confundida com a discussão do Orçamento do Estado."Não é desejável fazer depender o orçamento das alterações à legislação laboral" porque essa "exige um plano de reflexão e visualização estratégica que não existe no Orçamento do Estado, que é um instrumento de gestão de conjuntura". Refere ainda que "o debate sobre as questões laborais são debates que ganham se forem pensados numa logica plurianual e pluri legislatura".

Em relação a medidas concretas que estão em cima da mesa da negociação à esquerda como o recálculo das pensões para as longas carreiras contributivas, Vieira da Silva considera que seria "um passo perigoso" e em relação às pensões refere que com a fórmula de calculo existente se o crescimento previsto se mantiver acima dos 2% haverá um aumento real das pensões médias e baixas em 2023.

Pode ver e ouvir a entrevista a Vieira da Silva, antigo ministro do Trabalho e da Segurança Social, aqui:

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