Conversa Capital com Vítor Bento

por Antena 1

Foto: Antena1

Ceder a todas as exigências que estão na base da contestação de diferentes sectores, poderia levar a um novo resgate.

Vítor Bento, economista e gestor, em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios diz que Portugal beneficia de uma situação de taxas de juro muito baixas mas, garante, se "esticarmos a corda vamos acabar num resgate". Mais: refere que a deterioração dos serviços públicos é resultado de opções que têm sido tomadas por este governo, ao longo desta legislatura, na afetação dos escassos recursos e não de um passado que o governo insiste em referir.

Para o economista não faz sentido o governo continuar a culpar o passado. Aliás, considera que um governo que esgota a legislatura a reclamar irresponsabilidade, não pode apelar ao voto.

Vítor Bento vê no intensificar da contestação uma ação da esquerda mais radical, que está a tentar acentuar a conflitualidade laboral, para preservar e fazer crescer a sua base eleitoral. Objetivo: ganhar poder negocial e retirar a maioria absoluta ao PS.

Salienta que a contestação é o resultado de um discurso em que se “recusa a história” e em que se diz que "não houve crise, mas apenas um conjunto de maldades que não eram necessárias". Com este discurso, diz Vítor Bento, o governo abre a caixa de Pandora, porque na verdade as limitações continuam a existir e o "cobertor não dá para tudo".

E, por outro lado, a oposição e em particular o PSD, também está a falhar porque não apresenta um programa alternativo.

Vítor Bento não tem dúvida que o crescimento vai desacelerar, pela exaustão de recursos e porque seria necessário um aumento do investimento e do crescimento da produtividade, que não vai acontecer. Na próxima década, segundo Vítor Bento, Portugal deverá crescer em média 1,5 por cento.

Pode ver aqui na íntegra esta entrevista de Vítor Bento a Rosário Lira (Antena1) e Margarida Peixoto (Jornal de Negócios):

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