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Orçamento da Saúde continua a ser insuficiente, vai ser preciso mais dinheiro

por Antena1

Foto: Antena1

Apesar do aumento aprovado, o Orçamento da Saúde para o próximo ano continua a ser insuficiente. É a apreciação feita por António Correia de Campos, antigo ministro da Saúde, em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios.

Correia de Campos considera que o ligeiro aumento de 2,7 por cento, em relação à previsão de execução orçamental prevista para este ano é bom, mas não vai ser suficiente porque não acompanha a inflação, nem a manutenção do equipamento, nem o reforço salarial necessário. Neste domínio, refere que há um "desconforto" e uma situação de sub retribuição. Correia de Campos não tem dúvidas que mais uma vez vai ser preciso mais dinheiro.

Considera que mesmo sem dinheiro é sempre possível fazer reformas com poupanças para o Estado e dá como exemplo os centros de responsabilidade integrados, com a internalização de alguns serviços, que agora são prestados por entidades externas. Mas insiste na necessidade de pagar melhor ao pessoal médico porque, caso contrário, não haverá pessoas para prestar esses serviços que agora são executados no exterior. Diz mesmo que o desempenho não pode continuar a ser pago com horas extraordinárias.

Defende a necessidade de contratar mais médicos e recusa a ideia de criar limites às vagas nos cursos de medicina ou à criação de novas faculdades.

Apesar das reservas que tem em relação a alguns aspetos do novo modelo organizacional que criou a Direção Executiva do SNS, Correia de Campos considera que a atual equipa ministerial e o CEO encontrado, são os melhores para executarem a reforma prevista.

Já em relação à negociação com a indústria farmacêutica, acredita na boa-fé dos privados e sugere que no que toca nomeadamente aos medicamentos inovadores, se utilize um método posto em prática por Paulo Macedo, que passa pela negociação do preço em função do êxito do medicamento.

Entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Maria Caetano do Jornal de Negócios.
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