ACNUR registou apenas um caso de infeção entre os refugiados de Angola

por Lusa

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em Angola mantém a assistência básica ao seu público-alvo, onde até agora foi registado apenas um caso de infeção pelo novo coronavírus, disse à Lusa o representante deste organismo.

Segundo o representante do ACNUR em Angola, Vito Trani, o único caso confirmado, cuja nacionalidade não foi revelada, registou-se em Luanda, e era assintomático.

O responsável disse que o ACNUR controla refugiados na parte norte do país, no assentamento do Lóvua, província da Lunda Norte, e na comunidade urbana em Luanda.

O ACNUR controla em Angola 25.682 refugiados, na sua maioria da vizinha República Democrática do Congo, e mais de 30.000 requerentes de asilo.

À comunidade de refugiados existentes no país, maioritariamente da República Democrática do Congo, tem sido prestado apoio na distribuição de bens essenciais, nomeadamente lonas plásticas, mosquiteiros, entre outros, e de kits de proteção contra a covid-19.

"No Dundo [capital da província da Lunda Norte[, demos formação à equipa médica de uma clínica, da qual a população local também beneficia, sobre a covid-19, criámos um centro de triagem fora da clínica, para medição da temperatura, e criámos um centro de quarentena", referiu, acrescentando que foram distribuídos pontos de água, para lavagem das mãos, no assentamento e na comunidade vizinha.

Entre as ações de apoio registou-se igualmente a distribuição de material informativo sobre o estado de emergência decretado no início da pandemia e sobre as medidas de prevenção da covid-19, além da criação de linhas de ajuda, na altura das medidas mais rígidas para combater a pandemia.

O representante do ACNUR em Angola sublinhou que apesar das limitações impostas pela atual situação continuou a ser prestado especial atenção a todos os casos vulneráveis, com a identificação de casos de violência baseada no género e proteção da criança.

"Mesmo com limitações, com reduzido número de colaboradores, o ACNUR como agência humanitária, continuou a apoiar os refugiados, respeitando sempre o distanciamento social e as medidas de biossegurança", disse.

Questionado se houve um aumento de casos de violência doméstica, sobretudo na altura de confinamento, Vito Troni disse que houve casos, mas não se notou um aumento desproporcionado.

"Continua a haver casos, mas os que acompanhamos são, por exemplo, de fuga à paternidade ou de estupro de meninas, não nos apercebemos de um aumento considerável", frisou.

Angola registou até à presente data 7.096 casos positivos, 228 óbitos, 2.928 recuperados e 3.940 ativos, entre os quais 14 se encontram em estado crítico, com ventilação mecânica invasiva, 17 graves, 98 moderados, 411 com sintomas leves e 3.400 assintomáticos.

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