Cabo Verde entre cinco países africanos capazes de cumprir meta de vacinação

por Lusa
Os cabo-verdianos continuam a cumprir bem o plano de vacinação contra a covid-19 EPA

Cabo Verde deverá ser um dos únicos cinco países africanos a atingir a meta da Organização Mundial de Saúde (OMS) de vacinar totalmente 40% da população até ao final do ano, estima um estudo da Fundação Mo Ibrahim agora publicado.

De acordo com dados até 18 de novembro, as ilhas Seicheles, Maurícias e Marrocos já atingiram aquele objetivo, enquanto Cabo Verde e Tunísia estavam perto e deverão conseguir até ao final de dezembro.

Os números oficiais das autoridades cabo-verdianas indicam que este marco já foi superado: até à passada segunda-feira, 82,8% das pessoas adultas já tinha recebido a primeira dose das vacinas contra a covid-19 e o país tinha a taxa de 67,6% de pessoas completamente vacinadas.

Porém, o estudo "Covid-19 em África: um caminho difícil para a recuperação" observa que os restantes 49 países africanos estão muito atrasados, com destaque para a República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Chade, Tanzânia e Camarões.

Apesar de a campanha de vacinação contra a covid-19 ser considerada "a maior e mais rápida" na história, é também marcada pela desigualdade na distribuição.

Até meados de novembro, apenas 6,8% da população africana tinha recebido a vacinação completa (uma ou duas doses, dependendo do fármaco), contra 66,8% nos países do G7 (Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, Canadá e Japão).

Os autores do estudo calcularam que, até 29 de novembro de 2021, 238 milhões de pessoas em 60 países receberam uma dose de reforço, mais de seis vezes superior ao número total de pessoas que receberam a primeira dose em países de baixo rendimento.

Os autores do estudo concluem que existem poucas hipóteses de se ultrapassar a pandemia de covid-19 se não se conseguir vacinar 70% da sua população até ao final de 2022.

O aparecimento da variante Ómicron na África do Sul, que os cientistas receiam que seja mais infecciosa e resistente às vacinas, reforça os alertas da Fundação Mo Ibrahim para o risco de o continente se tornar numa "incubadora de variantes" do coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19.
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