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"Champions" em Lisboa. Futebol, economia e mediatismo

por Mário Aleixo - RTP
A taça mais desejada está em Lisboa e a capital portuguesa nos olhos do mundo lisboa.pt

A fase final da Liga dos Campeões, que será decidida numa inédita "final a oito", vai decorrer em Lisboa, nos estádios da Luz e José Alvalade, entre 12 e 23 deste mês de agosto. Em termos desportivos todos são favoritos, tal a qualidade que apresentam. Em termos económicos, estudos já realizados apontam para um impacto a rondar os 50,4 milhões de euros.

Em termos desportivos, diz a história que Paris SG, Atalanta, Atlético de Madrid RB Leipzig, Manchester City e Lyon nunca venceram a prova. Bayern e Barcelona são os únicos campeões ainda em jogo. Dos presentes, Pep Guardiola é o único treinador que já venceu a competição.

Em Lisboa dentro das quatro linhas há oito galos para um poleiro: Atalanta, Paris SG, RB Leipzig, Atlético de Madrid, Barcelona, Bayern de Munique, Manchester City e Lyon.

À partida, Atalanta e Lyon poderão ser considerados menos favoritos mas nunca fiando.

Pela folha de serviço com que chegam a Lisboa, um olhar mais atento poderá colocar no topo da lista de favoritos o Bayern de Munique seguido de Paris SG, Manchester City e... talvez o Barcelona.

Atalanta e Paris Saint-Germain encontram-se nos quartos-de-final da Liga dos Campeões, esta quarta-feira, 12 de agosto, pelas 20h00, no Estádio da Luz, em Lisboa.

A eliminatória será decidida em apenas um jogo, atendendo ao formato reduzido que a UEFA teve de colocar em prática para terminar a competição em tempo aceitável.

Nos oitavos-de-final, a Atalanta eliminou os espanhóis do Valência, vencendo o primeiro jogo por 4-1 e o segundo, no Mestalla, por 3-4.

Já o conjunto francês deixou pelo caminho os alemães do Borussia de Dortmund, tendo perdido o primeiro encontro, no Signal Iduna Park, por 2-1, mas vencido o segundo por 2-0.

A Atalanta fez mais uma campanha extraordinária na Serie A italiana, terminando na terceira posição, e quer agora surpreender um Paris Saint-Germain que ganhou todos os títulos internos e procura a glória europeia.

Quem irá levar a melhor? Prognósticos só no final do jogo.

Os restantes encontros dos quartos-de-final são: RB Leipzig-Atlético de Madrid (5.ª feira), Barcelona-Bayern de Munique (6.ª feira) e Manchester City-Lyon (sábado).
O que mais mexe na economia
Um estudo do Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM) estima o impacto económico da "final a oito" da Liga dos Campeões de futebol, que decorrerá nos próximos 11 dias em Lisboa, em 50,4 milhões de euros.

Segundo o estudo de impacto económico e mediático da "final a oito" da prova, quase metade (49%) do impacto "beneficiará refeições" em casa e fora da habitação.

Depois, o alojamento, com estadas mais longas devido ao modelo concentrado da fase final, contribui para 13% do impacto, as viagens para 9%, atividades turísticas "recebem" 5%, com as restantes percentagens divididas entre atividades publicitárias, eventos, compras e outras atividades comerciais.

O IPAM estima a presença de "16 mil adeptos sem bilhete e 3.300 visitantes na final", um número que conta com as comitivas das equipas, quatro centenas de jornalistas, mais de um milhar de integrantes do "staff" de apoio e outro milhar de convidados da UEFA, entre outros profissionais de produção e transmissão.

O professor universitário e especialista em "marketing" desportivo Daniel Sá, que coordenou o estudo do Instituto Português de Administração e Markeing, explicou que "este estudo foi muito mais difícil de fazer do que o normal, por ser o primeiro sem público, uma dimensão com um peso enorme", além da dificuldade em prever "o comportamento social com pandemia", das esplanadas às áreas criadas em redor dos estádios para atrair adeptos.
Impacto mediático sobressai
Daniel Sá acredita que o mais importante dos impactos é o mediático, porque Portugal e Lisboa estarão "nas bocas do mundo durante 11 dias", o tempo da "final a oito".

"Os 50 milhões são muito importantes, mas não vão salvar a nossa economia. O maior impacto, na nossa opinião, é o mediático", comentou, apontando para os números da final de 2019, que gerou uma audiência de 400 milhões de telespetadores em todo o mundo, e mais de mil milhões de interações relacionadas nas redes sociais.

Em 2019, a final entre Liverpool e Tottenham, ganha pelos "reds", obteve recordes de performance digital, garante o IPAM, e é essa característica que torna esta prova numa oportunidade para a capital portuguesa.

"Num contexto de pandemia, onde as economias querem recuperar confiança e onde Portugal tem o turismo como um pilar decisivo do seu PIB, esta é a melhor campanha de promoção e confiança de Portugal junto do mundo inteiro", conclui o coordenador do estudo.
Protocolo de saúde
O protocolo de saúde para esta fase final determina o seguinte no caso dos jogadores de qualquer equipa acusarem resultados positivos aos testes de covid-19:

De forma a salvaguardar a saúde de todos, a UEFA indica que só aqueles que apresentem um último teste negativo é que podem viajar para Lisboa.

O jogo pode/deve ser adiado? O protocolo de saúde é claro. Se um ou mais jogadores ou membros da comissão técnica de um clube acusarem positivo à Covid-19, o encontro será sempre realizado a menos que as autoridades locais obriguem a que um grande número de jogadores, ou mesmo toda a equipa, sejam obrigados a cumprir um período de quarentena.

Treze é o número mínimo de jogadores inscritos na lista A de cada equipa indispensável para a realização do jogo.

Mas caso não esteja disponível um guarda-redes nesse lote, a UEFA pode permitir que o encontro seja realizado noutra data, embora sempre dentro dos prazos estabelecidos.

Se não for possível encontrar uma nova data, o clube afetado será responsabilizado pela não realização da partida, ou seja, a equipa que não reúna as condições necessárias será penalizada com a derrota.



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