Coimbra reserva hotel para acolher utentes de lares

por Lusa

Coimbra reservou um hotel, com cerca de cem quartos, para acolher utentes de lares de idosos que possam vir a ter de ser retirados daqueles espaços no contexto da covid-19, disse hoje o presidente da Câmara.

O município de Coimbra "alugou um hotel [na cidade], para acolhimento provisório" de utentes e funcionários de estruturas residenciais para pessoas idosas (ERPI) e lares de acolhimento, que "eventualmente tenham de ser" retirados, por qualquer motivo, no âmbito da pandemia da covid-19, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara, Manuel Machado.

Nessa eventualidade, a operação será realizada em "total articulação" com as autoridades de saúde e outros responsáveis, designadamente da segurança social, sublinhou.

"A Câmara está a colaborar com as outras entidades do Estado no sentido de que seja encontrada a melhor solução" para as diferentes situações, mas só "decidirá e agirá exclusivamente na área da sua responsabilidade", destacou o autarca, assegurando que serão cumpridas com "exatidão as indicações das autoridades competentes".

A autarquia já assegura alojamento em unidades hoteleiras de Coimbra aos "profissionais de saúde e proteção civil que estão na linha da frente no combate à covid-19", que optem por não regressar às suas casas depois do trabalho, reduzindo o risco de contaminação", e vai alargar este apoio aos funcionários das ERPI e lares de acolhimento.

A esses funcionários será, entretanto, distribuído, "em complemento e em articulação com a Segurança Social", equipamentos de proteção individual, face à "escassez deste tipo de material" que se registe no mercado, adiantou Manuel Machado, referindo que, para isso, terá de recorrer ao stock do município.

Coimbra vai, por outro lado, fornecer computadores ou tablets e acesso à internet aos alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico que não disponham destes meios e que, de acordo com o levantamento efetuado para o efeito, abrange cerca de seis centenas de crianças.

A disponibilização de "computadores ou tablets e acesso móvel à internet" àqueles alunos, que será feita em articulação com os agrupamentos de escola, visa assegurar "a promoção de igualdade de oportunidades e o acompanhamento do Plano Nacional de Ensino à Distância".

Estas medidas fazem parte de um conjunto de iniciativas da Câmara para "mitigar os graves impactos da pandemia [da covid-19] na vida socioeconómica no município de Coimbra e no cumprimento do dever especial de proteção autárquica às pessoas, às empresas, bem como às associações culturais e desportivas".

O fornecimento de refeições escolares, "em regime de take-away", às crianças daquele nível de ensino que delas necessitem, "incluindo durante a interrupção letiva da Páscoa", integra igualmente parte do pacote de medidas da autarquia, neste âmbito e que já está em funcionamento desde meados de março.

Ainda na área "social e famílias", de referir a "suspensão, até 30 de junho, do pagamento das rendas habitacionais em todos os fogos municipais" relativas a abril, maio e junho, "sendo o valor respetivo diluído equitativamente, sem qualquer penalização, nas rendas relativas ao segundo semestre" deste ano.

No plano da "atividade económica e empresas", a Câmara de Coimbra decidiu isentar o "pagamento das taxas de ocupação relativas aos meses de abril, maio e junho" aos pequenos comerciantes e produtores locais do Mercado Municipal D. Pedro V, e de ocupação do espaço público e de publicidade nos estabelecimentos comerciais (exceto instituições bancárias, de crédito e seguradoras).

A criação, em articulação designadamente com as Juntas de Freguesia, de "uma rede de distribuição ao domicílio de bens e produtos alimentares através dos pequenos comerciantes e produtores locais", é outra dessas medidas.

A Câmara também vai assegurar a publicação de publicidade institucional nos órgãos de comunicação social "sediados em Coimbra", considerando a "importância dos media como meio de divulgação de informação fidedigna e elo essencial de ligação entre os cidadãos e a comunidade, fortalecendo a democracia".

A dinamização do "lançamento das empreitadas programadas no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano", a redução do "prazo médio de pagamentos a fornecedores e empreiteiros" e a agilização dos respetivos pagamentos são igualmente outras das medidas adotadas pelo município, que "complementam o plano municipal de operações covid-19".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes, mais 27 do que na véspera (+16,9%), e 8.251 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 808 em relação a terça-feira (+10,9%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.

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