Costa destaca "perfeita harmonia" entre órgãos de soberania

por Lusa
José Coelho - Lusa

O primeiro-ministro congratulou-se na sexta-feira com a forma exemplar como o sistema político português tem enfrentado a pandemia de covid-19, considerando que existe uma "perfeita harmonia" entre os vários órgãos de soberania e de poder político.

"Há algo que deve honrar o país e em que o país se deve regozijar: é que, independentemente das funções políticas que cada um exerce e das forças políticas que cada um representa, o sistema político português foi exemplar na forma como tem enfrentado esta crise", disse António Costa.

Em declarações aos jornalistas durante uma visita a uma fábrica de Ovar, distrito de Aveiro, acompanhado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro referiu que a relação entre os órgãos de soberania tem sido de "perfeita harmonia", adiantando que isso tem permitido que o país "responda na hora certa a tudo o que foi necessário".

"Entre Assembleia da República, onde ninguém tem maioria, entre um Presidente da República de uma família política, entre um Governo de outra família política, entre presidentes de câmaras de todas as famílias políticas, entre governos regionais de diversas famílias políticas, a verdade é que cada um, mantendo as suas cores, as suas opiniões, as suas posições, todos soubemos trabalhar em conjunto", vincou.

António Costa assinalou ainda que este clima de unidade "é muito importante e é um fator de diferenciação" do país no "contexto internacional", afirmando que, no futuro, Portugal "vai estar muito bem colocado" para acolher empresas que pretendam deslocar as suas fábricas para a Europa.

O chefe do executivo admitiu ainda que teve "muito orgulho" ao ver as citações na imprensa internacional das declarações do presidente do PSD, Rui Rio, sobre a crise pandémica que o país está a viver, afirmando que não tem "rebuço nenhum" em elogiar quer o líder da oposição, quer o presidente da Câmara de Ovar, Salvador Malheiro (PSD).

Portugal contabiliza 1.289 mortos associados à covid-19 em 30.200 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde sobre a pandemia.

No dia 03 de maio, o país entrou em situação de calamidade devido à pandemia, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.

O Governo aprovou novas medidas que entraram em vigor na segunda-feira, entre as quais a retoma das visitas aos utentes dos lares de idosos, a reabertura das creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos e a reabertura de algumas lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios.

O regresso das cerimónias religiosas comunitárias está previsto para 30 de maio e a abertura da época balnear para 06 de junho.

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