Covid-19. DGS reitera transparência e rigor nos relatórios diários

por RTP
Rodrigo Antunes - Lusa

Em nota enviada às redações esta tarde e na sequência de uma notícia da edição deste sábado do Expresso, a DGS afirma que se tem pautado “por uma relação de rigor e transparência nos relatórios diários, comunicações, conferências e entrevistas”.

A DGS adverte que “o sistema nacional de vigilância epidemiológica (SINAVE), que é utilizado para contabilizar os casos de COVID-19, depende da notificação atempada pelos médicos e laboratórios que identificam os casos em todo o território nacional”.

A Direção-Geral de Saúde diz que todas as notificações são analisadas “diariamente para garantir a validade dos dados de modo a suportar as intervenções em Saúde Pública” e que todos os dias há um processamento que visa “agregar os dados clínicos e laboratoriais à mesma pessoa, confirmar o estado de doente COVID-19 e identificar duplicados”.

“Posteriormente estes dados são ainda sujeitos a um controlo de qualidade antes da publicação do relatório de situação epidemiológica”, refere o comunicado.

Acusações e críticas de diversas autoridades de saúde e de autarcas levantam dúvidas quanto à veracidade dos números reais de casos de Covid-19, em Portugal. Há discrepâncias nos registos e, possivelmente, a infeção tem uma dimensão superior à confirmada pela Direção-Geral da Saúde, segundo avança o Expresso, este sábado.

Depois de as acusações de Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, criticando a atuação das autoridades de saúde no combate à pandemia, surgiram outras vozes críticas quanto à situação epidemiológica em Portugal.

Profissionais de saúde, autoridades no terreno e antigos responsáveis da DGS apontam discrepâncias nos registos, como surtos noticiados que não aparecem logo no boletim nem nas estatíticas da DGS, ou diferenças entre o número total de infeções e a distribuição por concelhos - denunciando haver "um número maior de casos registados pelas autoridades de saúde do que o reportado na base de dados totais" - e ainda alguns concelhos que, segundo o boletim oficial, não apresentam novos infetados há semanas, mas onde continuam a dar entrada nos serviços de urgência locais novos doentes e onde têm sido identificados casos positivos nas unidades de saúde pública.
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