Covid-19. Jogos "online" pedem ajustes na legislação

por Mário Aleixo - RTP
Os jogos "online" requerem ajustes na legislação das apostas desportivas em Portugal sportinforma-lusa

A Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO) apelou à realização de ajustes na legislação das apostas desportivas em Portugal para poder enfrentar a quebra provocada pela pandemia de covid-19 na oferta de eventos desportivos.

Gabino Oliveira advertiu que é “cada vez mais difícil manter uma oferta” para os apostadores nacionais e alertou para o perigo de os portugueses procurarem plataformas ilegais, no que considera um retrocesso na evolução do mercado regulamentado no país.

É essencial mostrar criatividade, agilidade e percorrer caminhos com pouca burocracia, aproveitando o facto de o setor estar baseado em tecnologia com capacidade de inovação rápida e constante”, afirmou o presidente da APAJO à agência Lusa, apontando os “desportos virtuais e e-sports” como alternativas para “compensar as perdas”.

O empresário do ramo do jogo online garantiu que o setor está a “trabalhar em soluções”, mas sublinhou que “sem ajustes ao presente estado legal não há oferta suficiente para manter o interesse dos jogadores”, o que pode levá-los a procurar “plataformas não licenciadas”.

Em Portugal ainda temos um problema com o mercado ilegal, que tem registado tendência para diminuir, mas temos de ter muito cuidado para que esta crise não venha, agora, gerar novamente um aumento dos operadores ilegais”, alertou o presidente da APAJO.

As legislações de países como Espanha, Itália, França ou Reino Unido “permitem produtos como apostas virtuais ou e-sports”, o que segundo Gabino Oliveira lhes confere “uma grande vantagem comparando com Portugal”, onde estima perdas a rondar os 100% a partir de abril.

Sem medidas imediatas e concretas que possam compensar as perdas de receitas devido à falta de eventos desportivos, as receitas estão a diminuir drasticamente. Felizmente, o casino ainda não foi muito afetado, mas também não notamos um aumento substancial e o grupo alvo dos produtos é diferente”, sustentou.

Gabino Oliveira recusou ainda quantificar o valor das perdas estimadas no setor, uma vez que “é muito difícil” fazê-lo num quadro em “constante evolução” e no qual não se sabe “por quanto tempo os eventos vão ser adiados”.


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