Em direto
Portugal comemora 50 anos da Revolução dos Cravos. Acompanhe ao minuto

Covid-19. Netanyahu novamente em quarentena após contacto com ministro infetado

por RTP
O novo coronavírus já infetou mais de seis mil pessoas e fez 33 vítimas mortais em Israel. Foto: Reuters

O primeiro-ministro de Israel entrou esta quinta-feira em isolamento domiciliário por ter estado em contacto com o ministro da Saúde desse país, que testou positivo para o novo coronavírus. Benjamin Netanyahu tinha ontem completado os dias de quarentena a que se propôs depois de alguns dos seus conselheiros terem também sido diagnosticados com Covid-19.

Para além do primeiro-ministro, também Yossi Cohen, diretor da Mossad, agência de inteligência israelita, Meir Ben-Shabbat, chefe do Conselho de Segurança Nacional, e Bar Siman Tov, diretor-geral da Saúde, entraram em quarentena domiciliária.

O isolamento acontece depois de Yaakov Litzman, ministro israelita da Saúde, e a sua mulher terem sido diagnosticados com a doença que está a assolar o mundo. Ambos vão permanecer em isolamento e todas as restantes pessoas com quem tenham estado em contacto nas últimas duas semanas terão também de se submeter à quarentena domiciliária.

“O ministro da Saúde está a sentir-se bem”, informou o Ministério da Saúde de Israel, acrescentando que o titular dessa pasta, de 72 anos, continuará a exercer funções a partir de casa, assim como toda a sua equipa.

O Ministério disse ainda que está a ser conduzida uma investigação epidemiológica e que outras pessoas ainda poderão ser notificadas para que entrem em isolamento. Estão agora a ser estudadas as imagens das câmaras de vigilância do Knesset para determinar quem esteve próximo do ministro durante a mais recente sessão parlamentar.

Benjamin Netanyahu tinha na quarta-feira completado os dias de quarentena domiciliária a que se tinha proposto após descobrir que um dos seus conselheiros estava com Covid-19. O primeiro-ministro realizou testes na segunda-feira e estes tiveram resultado negativo.

“Já estávamos preparados para a possibilidade de políticos entrarem em quarentena”, garantiu o diretor-geral da Saúde de Israel, citado pelo Jerusalem Post. “Vou continuar a gerir a minha equipa através de meios digitais. A necessidade de quarentena pode acontecer a qualquer um de nós e devemos obedecer às instruções”.
Comunidade ultraortodoxa responsabilizada pela propagação do surto
Itamar Grotto, vice-diretor-geral da Saúde de Israel, admitiu a uma estação televisiva desse país a possibilidade de o ministro Yaakov Litzman ter sido contagiado por outro membro do Governo ou por algum membro da comunidade ultraortodoxa, que tem sido acusada de não cumprir com as restrições impostas no âmbito da pandemia de Covid-19.

De acordo com o New York Times, os ultraortodoxos constituem apenas 12 por cento da população de Israel, mas representam entre 40 a 60 por cento dos infetados que se encontram internados nos principais hospitais desse país. As regras de distanciamento social esbarram com as atividades fundamentais à comunidade ultraortodoxa, nomeadamente as práticas religiosas.

Especialistas acreditam que a proliferação de casos entre a comunidade ultraortodoxa, conhecida por Haredi, se deve ao elevado número de famílias numerosas, a hábitos culturais que convidam a aglomerações, à desconfiança para com as autoridades e meios de comunicação e ao desconhecimento dos riscos de saúde associados à pandemia.

O novo coronavírus já infetou mais de seis mil pessoas em Israel, das quais 289 recuperaram. O país regista ainda 33 vítimas mortais.
pub