Estados Unidos ultrapassam barreira das 200 mil mortes por Covid-19

por RTP
Em Washington, foram colocadas no relvado do parque National Mall 20 mil bandeiras em homenagem às 200 mil vítimas mortais nos EUA. Joshua Roberts - Reuters

Os Estados Unidos ultrapassaram esta terça-feira a barreira das 200 mil vítimas mortais por Covid-19, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, que tem acompanhado a evolução da pandemia nesse país.

Os EUA são, neste momento, o país mais afetado a nível de mortes, mas também a nível de casos de infeção: mais de 6.8 milhões de pessoas já foram contagiadas pelo novo coronavírus.

A barreira dos 200 mil óbitos chega numa altura em que vários Estados, especialmente no norte dos EUA, têm assistido a um aumento significativo no número de infeções.

Em março deste ano, o Presidente Donald Trump chegou a afirmar que se os Estados Unidos registassem entre 100 mil a 200 mil mortes o país teria feito “um muito bom trabalho”.

Com esse número superado, é esperado que as críticas ao modo como a Administração Trump lidou com a crise pandémica se intensifiquem. “A ideia de 200.000 mortes é realmente muito preocupante, em alguns aspetos impressionante”, reconheceu Anthony Fauci, o principal conselheiro da Casa Branca para a pandemia.

Ainda na segunda-feira, o candidato presidencial Joe Biden considerou que “graças à incompetência e mentiras de Donald Trump nos passados seis meses, deu-se uma das maiores perdas de vidas de norte-americanos da História”.

“Com esta crise, uma crise real, uma crise que exigia uma liderança presidencial séria, [Trump] não estava à altura. Ele congelou. Ele falhou em atuar. Ele entrou em pânico. E a América pagou o preço mais elevado do que qualquer outra nação do mundo”, lamentou o democrata.

No mesmo dia em que Biden lançou estas críticas, Donald Trump assegurou que, em conjunto com a sua Administração, fez um “trabalho fenomenal” e atribuiu a si mesmo a “nota máxima” pelo modo como geriu a crise pandémica.
Número real de mortes pode ser ainda maior
Neste momento, os Estados da Dacota do Norte, Dacota do Sul, Wisconsin, Utah e Texas são aqueles onde se têm registado mais novos casos de infeção pelo novo coronavírus.

Segundo as autoridades de saúde, na segunda-feira a Dacota do Norte possuía mais de 3200 casos ativos e 87 pessoas estavam hospitalizadas.

“É completamente incompreensível que tenhamos chegado a este ponto”, disse esta terça-feira Jennifer Nuzzo, investigadora de saúde pública da Universidade Johns Hopkins, referindo-se à barreira das 200 mil vítimas mortais nos EUA.

Especialistas acreditam que o número real de mortes nesse país seja ainda maior, em parte porque muitos dos óbitos devido ao novo coronavírus foram provavelmente atribuídos a outras causas, especialmente no início da pandemia, antes dos testes generalizados.

O número de mortos por Covid-19 nos EUA é equivalente ao número de vítimas de um ataque como o de 11 de setembro de 2001, todos os dias, durante 67 dias.

As mortes atingem cerca de 770 por dia, em média, e um modelo da Universidade de Washington prevê que o número total de mortes nos EUA duplicará para 400 mil até ao final do ano, à medida que as escolas reabrem e chega o frio.

c/ agências
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