A 15 de outubro os dados oficiais dos EUA apontavam para 216.025 vítimas mortais da Covid-19. Mas, de acordo com um estudo dos Centros para Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), esse número pode estar bem abaixo do real impacto da pandemia na mortalidade. Há um outro dado inesperado e preocupante nesta investigação. Foi entre os adultos dos 25 aos 44 anos que se registou o maior aumento percentual de mortalidade.
A agência CDC avaliou o número de mortos nas várias semanas de 2020 em comparação com o mesmo período entre 2015 e 2019.
De forma absoluta, o que se percebeu de imediato foi que os EUA tiveram um excesso de mortalidade de mais de 299 mil pessoas desde o final de janeiro até 3 de outubro. Dois terços dessas mortes foram atribuídas à Covid-19. Ou seja, a doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2 foi responsável por 66 por cento da mortalidade acima do expectável.
No decurso da análise, o CDC descobriu no entanto que foi entre os adultos com idades entre os 24 e os 44 anos que houve o maior aumento percentual de mortalidade (por várias causas e não apenas Covid). Mais 26,5 por cento em relação aos níveis médios de outros anos.
Um valor superior à variação percentual verificada nos adultos entre os 45-64 (14,4%), 65-74 (24,1%), 75-84 (21,5%) e até mesmo na faixa etária dos maiores de 85 anos (14,7).
Os CDC explicam, em parte, este aumento da mortalidade entre os adultos dos 24 aos 44 anos com o facto de o vírus ter passado, a certa altura, a atingir também esta faixa etária. Mas apenas isso não responde ao aumento inesperado.
Os resultados parecem indicar por isso, de acordo com os CDC, que as mortes provocadas pela pandemia estão a ser subestimadas, uma vez que o vírus será também responsável pelo aumento da mortalidade, de forma indireta, em muitas outras situações.
Nomeadamente, pela interrupção que provocou nos cuidados de saúde. E isso terá afetado todas as idades, em particular a dos jovens adultos.
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