Europa. Mortes associadas à Covid-19 aumentaram 10% numa semana

por RTP
Filip Singer - EPA

A Organização Mundial de Saúde alerta que as mortes por SARS-CoV-2 na Europa aumentaram dez por cento na passada semana, tornando-a a única região do mundo onde os óbitos por Covid-19 estão a aumentar continuamente.

Foi a sexta semana consecutiva em que os novos casos aumentaram na Europa. Com muitos países a entrarem na quarta ou quinta vaga.

Segundo a OMS, houve cerca de 3,1 milhões de novos casos em todo o mundo, um aumento de cerca de um por cento face à semana anterior.

Quase dois terços das novas infeções pelo novo coronavírus – 1,9 milhão – ocorreram na Europa, onde os casos aumentaram sete por cento, revela o relatório semanal da Organização Mundial da Saúde.

Os países que reportaram mais números de novos casos foram os Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha, Turquia e Alemanha.Em todo o mundo o número de mortes semanais por Covid-19 caiu quatro por cento e diminuiu em todas as regiões, exceto na Europa.

Dos 61 países que a OMS inclui na região europeia, que inclui a Rússia e se estende até à Ásia Central,  registaram um aumento de 42 por cento de novas infeções na última semana.
Casos aumentam na Alemanha
Esta quinta-feira, a Alemanha registou um novo recorde de infeções por Covid-19 desde o início da pandemia, com 50.196 casos detetados nas últimas 24 horas, anunciou o Instituto Robert Koch (RKI) de virologia.

É a primeira vez que o país, que atravessa uma nova vaga de contágios, ultrapassa os 50 mil casos diários, depois de ter registado recordes sucessivos de contaminação nos últimos dias.

Nas últimas 24 horas, o país contabilizou ainda 235 mortes provocadas pela doença, segundo o RKI.

Na quarta-feira, a chanceler cessante, Angela Merkel, considerou a nova vaga de infeções "dramática". Olaf Scholz já veio esta quinta-feira apelar a que a Alemanha adopte novas medidas, para “ultrapassar o Inverno”.

"A pandemia está de novo a alastrar de forma espetacular", lamentou o seu porta-voz, apelando às autoridades sanitárias regionais para que tomem medidas para travar a propagação do vírus.

O surto é atribuído, em parte, à baixa taxa de vacinação no país, pouco mais de 67 por cento.


Vários estados particularmente afetados, como a Saxónia, a Baviera e, mais recentemente, Berlim, introduziram novas restrições para pessoas não vacinadas.
Países Baixos estudam novas restrições
O Governo dos Países Baixos está a estudar o reforço ou a introdução de novas restrições, como a redução do horário na restauração, para conter o aumento de infeções de Covid-19, que já ultrapassaram os 12 mil casos diários.

As novas medidas devem ser anunciadas numa conferência de imprensa na sexta-feira pelo primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, e irão somar-se às que entraram em vigor no último fim de semana.


Já em vigor estão o regresso do distanciamento social entre pessoas, para 1,5 metros em espaços públicos, ou o uso do passe sanitário em locais como ginásios, museus, hotéis e eventos.

O executivo pretende tornar obrigatório o certificado digital no acesso a jardins zoológicos ou parques temáticos, impor o encerramento antecipado de bares e restaurantes, que atualmente têm de encerrar à meia-noite, e que os clientes estejam sentados.

Os últimos dados das autoridades de saúde, divulgados na quarta-feira, apontam para 12.713 casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, mais 1.380 do que na terça-feira, um número semelhante ao registado em dezembro de 2020.

Há ainda mais 25 mortes por Covid-19 a assinalar nas últimas 24 horas.

Os Países Baixos vão oferecer o reforço da vacina contra a Covid-19 a pessoas com mais de 80 anos a partir de dezembro, seguindo-se depois as pessoas com mais de 60 anos e os profissionais de saúde que tenham contacto direto com doentes.

Segundo dados oficiais, 82,4 por cento da população com mais de 12 anos tem já a vacinação completa e 85,9 por cento já tomou pelo menos uma dose.


Estima-se que cerca de 13 por cento dos cidadãos não pretendem ser vacinados neste momento.Rússia perto de novo recorde
As autoridades russas reportarem esta quinta-feira mais 1.237 óbitos relacionados com o SARS-CoV-2. Perto do número recorde registado na terça-feira, numa altura em que o número de novas infeções está a aumentar.

Foram registados 40.759 novos casos de infeção em todo o país, depois do número recorde atingido no sábado de 41.335.


c/Lusa
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