Fabricante automóvel Renault reforça parceria com japoneses Nissan e Mitsubishi

por Lusa
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O fabricante automóvel francês Renault vai anunciar hoje o reforço da parceria estratégica com os japoneses Nissan e Mitsubishi, numa altura em que o setor enfrenta dificuldades devido à pandemia da covid-19.

O plano estratégico, que deverá ser divulgado esta manhã, após o encerramento da bolsa de Tóquio e antes da abertura da bolsa de Paris, surge numa altura em que a Nissan e a Renault se preparam para anunciar planos severos de redução de custos, nos próximos dias, que poderão passar pelo encerramento de instalações e cortes de postos de trabalho, de acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP).

A Renault planeia reduzir mais de 10% dos trabalhadores em França até 2024, anunciou na terça-feira o jornal Le Figaro, enquanto a Nissan poderá vir a diminuir em 15% os postos de trabalho a nível mundial até 2023.

No início do ano, a Renault anunciou as primeiras perdas na última década. A Mitsubishi deverá anunciar um plano económico no final de julho ou início de agosto, segundo a AFP.

Desde a detenção do antigo presidente do Conselho de Administração da Nissan no Japão Carlos Ghosn, em novembro de 2018, por alegado desvio de fundos, a parceria estratégica franco-japonesa, única na indústria automóvel, tem estado numa espiral descendente, depois de ter alcançado a primeira posição mundial nas vendas de automóveis, com cerca de 11 milhões de unidades vendidas.

Apesar dos números recorde apresentados por Ghosn, agora refugiado no Líbano, a rendibilidade dos fabricantes diminuiu nos últimos meses, antes mesmo do início da pandemia de covid-19.

O ex-patrão do grupo automóvel Nissan fugiu do Japão quando aguardava julgamento, acusado de desvio de fundos da empresa para benefício pessoal.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 346 mil mortos e infetou mais de 5,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num "grande confinamento" que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

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